Combustíveis e Bioenergia

Venda de ativos rendeu US$ 4,8 bilhões à Petrobras em 2021

Desinvestimentos são essenciais para investir em ativos que proporcionam maior retorno, diz a companhia

Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, foi criada em 1950, sendo primeira refinaria nacional de petróleo (foto: Geraldo Kosinski/Petrobras)
Refinaria Landulpho Alves (RLAM), localizada em São Francisco do Conde, na Bahia, foi criada em 1950, sendo primeira refinaria nacional de petróleo (foto: Geraldo Kosinski/Petrobras)

A venda de 17 ativos e a conclusão de 14 processos de desinvestimento ao longo de 2021 trouxe cerca de US$ 4,8 bilhões para o caixa da Petrobras, até 7 de dezembro, informou a companhia nesta quarta (15).

Até o terceiro trimestre, foram investidos US$ 6,1 bilhões, superando o valor obtido com desinvestimentos, mesmo se não contabilizados os investimentos do quarto trimestre.

Dentre os principais negócios do ano, constam:

Entre os ativos de Exploração e Produção (E&P), alguns dos movimentos em 2021 foram:

  • As conclusões da venda de campos em terra e águas rasas, como: os polos Miranga e Rio Ventura, na Bahia, e Rabo Branco e Do-Re-Mi, em Sergipe.
  • O avanço no desinvestimento nos campos de Albacora e Albacora Leste (em fase vinculante), para a PetroRio em consórcio com a Cobra, por cerca de US$ 4 bilhões, e no campo de Papa-Terra (com contrato de venda assinado), para 3R Petroleum, por US$ 105 milhões. Ambos ficam no Rio de Janeiro.

No refino, a companhia aguarda a assinatura do contrato de venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Minas Gerais; da unidade Lubrificantes e Derivados do Nordeste (Lubnor), no Ceará.

Recentemente, a Petrobras anunciou a retomada do projeto do trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), em Pernambuco. A unidade constava na lista original de refinarias que seriam vendidas.

Em evento trimestral para investidores, o diretor-executivo Financeiro e de Relacionamento com Investidores da Petrobras, Rodrigo Araújo, também falou sobre a dificuldade de concluir a venda de outras refinarias antes das eleições de 2022.

“Não acertamos nenhum prazo com o Cade, mas achamos que no próximo ano vamos lançar esses processos [de venda]. Provavelmente não haverá o início da fase vinculante antes das eleições. Vamos lançar novamente os processos da Refap e Repar”, disse.

A Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) fica no Rio Grande do Sul e a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná.

A Petrobras também destaca a oferta pública de ações da BR Distribuidora, que resultou em US$ 2,2 bilhões, além da assinatura da venda da Gaspetro e a conclusão da venda dos 10% remanescentes da NTS.

A venda da Gaspetro para Cosan ainda depende de aval do Cade.

Foco em águas profundas

Esses valores são essenciais para investir em ativos que proporcionam maior retorno, diz a petroleira, já que a gestão de portfólio está lastreada na saída de ativos menos aderentes ao seu plano estratégico e realocação de recursos em ativos onde está o foco da companhia, como os campos em águas profundas e ultraprofundas do pré-sal.

Esses recursos deverão ser direcionados para o desenvolvimento exploratório de novas fronteiras, caso de áreas na chamada Margem Equatorial e em Sergipe Águas Profundas (SEAP), nas regiões Norte e Nordeste do país. Além da exploração das bacias de Santos e Campos, no Sudeste.

Outro foco é o avanço da implementação do programa RefTOP, que pretende reposicionar o setor de refino da Petrobras, melhorando eficiência, desempenho operacional e qualidade de produtos.

“Os resultados alcançados em 2021 foram muito importantes e mostram que seguimos perseguindo uma gestão ativa de portfólio que permita que a companhia foque seus investimentos nos negócios em que tem maior expertise e possa obter o melhor retorno”, ressalta a gerente executiva de Gestão de Portfólio da Petrobras, Ana Paula Lopes do Vale Saraiva.