Sem uma transformação profunda no setor de transportes, a Europa não conseguirá cumprir sua meta de reduzir as emissões de gases do efeito estufa em 55% até 2030 e se tornar o primeiro continente neutro em emissões até 2050, afirmou a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, em discurso no Fórum Econômico Mundial de Davos.
Hoje, a Europa já tem 40% de sua geração de energia oriunda de fontes renováveis e agora precisa enfrentar outros desafios, como a substituição do carvão por hidrogênio na geração de energia e “uma mudança completa na mobilidade, nos direcionando para a mobilidade elétrica”, listou.
“Teremos meses muito difíceis pela frente porque temos que encontrar uma forma de atingir esses objetivos de redução de emissões em 55% no Pacto Ecológico Europeu”, afirmou a chanceler alemã.
Merkel também acredita que parte da solução possa estar em novas tecnologias para o uso do hidrogênio.
“Teremos que ter a mente aberta no que diz respeito à tecnologia”, diz a chanceler.
O governo e empresas da Alemanha têm feito esforços na direção do desenvolvimento do mercado de hidrogênio, com pesquisa, projetos-piloto e buscando convencer outros governos da região a apostar no novo combustível.
Merkel considerou ousado e incomum o conteúdo do plano econômico de recuperação do continente, que está sendo posto em prática para combater a pandemia de covid-19.
O plano, chamado de Next Generation EU, prevê que 37% dos recursos sejam destinados à proteção climática.
“Não queremos fazer negócios como sempre e definimos prioridades muito claras”, ressaltou a líder alemã. “Estamos olhando para o futuro porque queremos mais sustentabilidade e mais resiliência”, definiu.
A chanceler ainda afirmou ser favorável à adoção do conceito de ‘agilidade preventiva’ no combate aos desafios da crise climática, adotando uma abordagem passo a passo na experimentação de soluções.
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Setor privado precisa cumprir seu papel
Merkel foi um dos líderes políticos a reforçar em Davos a necessidade de revalorizar o multilateralismo e a cooperação entre nações.
De acordo com ela, os países industrializados não estão fazendo o suficiente para ajudar os países em desenvolvimento e é preciso estabelecer normas comuns e regulação também no que diz respeito à proteção ambiental, sem que isso signifique restringir o espaço de atuação do setor privado.
“Fecharmo-nos contra os outros não ajudará a combater a crise climática nem o clima covid-19″, disse.
O presidente francês também destacou a necessidade de atuação do setor privado no combate às mudanças climáticas.
Emmanuel Macron pediu que as empresas desempenhem um papel mais ativo no combate às desigualdades e disse que as empresas do país estão se esforçando para estabelecer métricas claras de governança ambiental, social e corporativa, os parâmetros ESG para guiar investidores.
Mas frisou que o mundo precisa fazer mais para conseguir cumprir os compromissos firmados no Acordo de Paris. Para Macron, a construção da economia do amanhã passa por priorizar a redução de emissões de CO2, um desafio que precisa ser alinhado com a necessidade de priorizar inovação com competitividade.
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