Castello Branco, Paulo Guedes e Bento Albuquerque chamados à Câmara por política de reajuste do diesel

Nova política de preços para o diesel anunciada esta semana gerou repercussão no Congresso. Roberto Castello Branco é convidado nascomissões de Minas e Energia e Fiscalização Financeira e Controle

Castello Branco, Paulo Guedes e Bento Albuquerque chamados à Câmara por política de reajuste do diesel

O anúncio feito pela Petrobras de uma nova política de preços para o diesel gerou repercussão no Congresso Nacional. Na Câmara dos Deputados, Gilberto Abramo (PRB/MG) protocolou um requerimento pedindo a realização de audiência pública com os ministros de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes, além do presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, para discutir a nova política de preço do combustível.

De acordo com o deputado, a medida da Petrobras sugere que “o governo parece está privilegiando uma única categoria, a dos caminhoneiros” enquanto a companhia “não explica as razões para a mudança, que
pegou de surpresa o mercado”. Na justificativa do REQ 24/2019 CFFC, o parlamentar critica a medida, afirmando que não há garantia alguma de que a mudança seja benéfica para a sociedade, embora a Petrobras tenha anunciado que o objetivo é “conferir aos clientes maior previsibilidade à trajetória de preços”.

Já na Comissão de Minas e Energia, o deputado Padre João (PT/MG) fez requerimento semelhante, solicitando a presença também do presidente da Petrobras para esclarecer a nova política de preços. No REQ 19/2019 CME o deputado afirma que a nova prática de reajustes “deverá impactar de modo negativo toda a economia brasileira” e afirma que este ano “houve notícias alarmantes na imprensa sobre nova mobilização da categoria, principalmente devido à falta de mecanismos que defendam a população dos aumentos abusivos de preços dos combustíveis”.

A Petrobras anunciou a alteração na periodicidade dos reajustes de preço do diesel às refinarias na última terça-feira, 26, um dia após o início de rumores acerca de uma possível paralisação de caminhoneiros. A nova política prevê reajustes quinzenais para o combustível e a venda de cartão de pagamento, chamado Cartão Caminhoneiro, para permitir que motoristas adquiram o combustível por preço tabelado nos postos de bandeira Petrobras ao longo de uma viagem.

Ontem o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou em audiência pública na Câmara que a alteração da periodicidade do reajustes do diesel pela Petrobras e a criação do cartão caminhoneiro foram apenas uma primeira medida fruto do trabalho que o governo está realizando.

Segundo o ministro, a preocupação com uma nova greve existe desde o período de transição de governo, quando o subsídio ao diesel foi cortado. Desde então o governo mantém uma comissão permanente para acompanhar a movimentação dos caminhoneiros, sob o comando do Ministério de Infraestrutura.

“No conselho de governo de ontem [terça-feira, 26] evoluiu muito as tratativas do Ministério da Infraestrutura com os caminhoneiros. A situação está sob controle e as ações do governo serão anunciadas em breve e ele espera que resolvam essa questão”, afirmou Albuquerque aos deputados.