A Petrobras vai elevar a partir de manhã o preço médio do litro da gasolina vendida para distribuidoras em R$ 0,15, sobre a média vigente de R$ 1,84, segundo informações da própria companhia, confirmadas nesta segunda (18). A Petrobras também confirmou que vai manter inalterado o preço do diesel, combustível mais consumido no país.
Os preços dos combustíveis praticados pela Petrobras são os mesmos há 21 dias, um período atípico sem reajustes, tendo em vista que a companhia se comprometeu a manter política de paridade entre preços domésticos e internacionais.
O último reajuste foi feito em 29 de dezembro e, de lá para cá, o Brent, preço de referência do petróleo no mercado internacional, valorizou mais de 7% e o dólar está quase estável, com valorização de menos 0,5%, considerando as quedas desta segunda (18).
A falta de reajustes levou a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) a acusar a Petrobras de descumprir o acordo firmado com o Cade para a venda das refinarias, em que a companhia se comprometeu a cumprir a política de preços.
Como a Petrobras detém praticamente toda a capacidade de refino do país, o acordo firmado com o Cade prevê a paridade internacional para permitir a concorrência com importadores.
A Petrobras nega e diz que o cálculo da defasagem feito pela Abicom, consultorias e agentes de mercado não levam em conta custos internos, informação exclusiva da companhia. Os preços praticados refletiriam a eficiência da companhia e não uma disparidade, defendeu Roberto Castello Branco na semana passada.
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Ações recuaram 9%
O preço dos combustíveis é discutido no governo federal, mas analistas de mercado não refletem até o momento um medo de interferência do Planalto na política de preços, provocando prejuízos à Petrobras e aos acionistas.
Em relatório publicado na semana passada, a XP chegou a classificar a precaução de investidores como “exagero”.
“Em primeiro lugar, embora os preços da gasolina e diesel da Petrobras estejam abaixo das referências internacionais, notamos que isso só é aconteceu nos últimos 6 dias, o que não acreditamos ser um período significativo para formar conclusões sobre a política de preços da Petrobras”, afirmou a XP em boletim publicado na quarta (14).
A volatilidade da semana passada, reverteu os ganhos no valor das ações da Petrobras este ano. Em dia de ganhos na B3, PETR3 valoriza 0,76% e PETR4, 0,75%, às 16h desta segunda (18). Com isso, os preços estão praticamente inalterados nos 18 primeiros dias do ano, após superiores a 9% na semana passada.
Preços em alta
Bolsonaro, sob ameaça de uma nova greve dos caminhoneiros no dia 1º de fevereiro, confirmou que as reuniões envolvendo o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e da Economia, Paulo Guedes, na semana passada, trataram dos preços dos combustíveis.
Apesar de grupos de caminhoneiros defenderem a paralisação no dia 1º, a categoria é pulverizada e lideranças envolvidas nas greves de 2018, aliadas do governo Bolsonaro, negam a paralisação vá ocorrer.
Os preços sobem, mesmo sem reajuste da Petrobras. O diesel ficou mais caro pela sétima semana consecutiva, atingindo a média de R$ 3,685 reais por litro, segundo levantamento publicado pela ANP na sexta.
Gasolina sobe há quatro semanas, chegando a R$ 4,572 reais o litro, segundo a Reuters.
Com informações de agências