CBIO precisa ser mais atrativo, afirma Tereza Cristina

Ministra Tereza Cristina participa da Videoconferência com Secretários Estaduais de Meio Ambiente. Foto por Carlos SIlva (MAPA)
Ministra Tereza Cristina participa da Videoconferência com Secretários Estaduais de Meio Ambiente. Foto por Carlos SIlva (MAPA)

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina defendeu neste fim de semana estímulos para que os créditos de descarbonização (CBIOs), do RenovaBio, sejam mais atrativos para investidores nacionais e estrangeiros.

“Ele [o CBIO] precisa ser mais barato. Tenho convicção que este título em breve será muito atraente para os investidores que queiram comprar títulos verdes”, disse a ministra em entrevista à CNN, no domingo (19)

Tereza Cristina disse manter interlocução com os ministros Paulo Guedes (Economia) e Bento Albuquerque (Minas e Energia) a respeito da tributação do CBIO, que hoje é um dos principais entraves para a decolagem do programa.

Atualmente, circula entre os ministérios uma proposta de medida provisória que estabelece um modelo tributário definitivo.

Segundo a proposta, não haveria tributação sobre ganhos líquidos com a compra e venda de CBIOs em 2020. Seria aplicada uma tributação gradual a partir do ano que vem, começando com 5% em 2021, 10% em 2022, e chegando até 15% em 2023 e nos anos seguintes.

Evolução de preço do CBIO até 20 de junho

A comercialização dos créditos de carbono movimentou R$ 409 mil entre o dias 10 e 17 de julho, de acordo com dados mais recentes da B3, que opera a Bolsa de Valores de São Paulo.

Em onze operações nesse período, os CBIOs foram negociados a R$ 20, próximo do maior valor já registrado até o momento de R$ 21 por ativo, totalizando R$ 628 mil e 33,688 mil créditos vendidos. O preço médio do CBIO ponderado pelo volume de créditos comercializados é de R$19,21.

Internacionalização

Para a ministra, o setor sucroenergético sofreu nos últimos meses “uma tempestade perfeita”, se referindo à queda no preço do petróleo e à redução na demanda como efeito da pandemia de covid-19.

“O setor está retomando. O petróleo subiu um pouco. Mas políticas públicas são muito importantes para nortear esse setor tão importante para nossa economia, e para a bioeconomia”, afirmou Tereza Cristina.

Segundo ela, há oportunidades do etanol no mercado externo, havendo grande interesse de países como China e Índia no programa brasileiro de produção do biocombustível, bem como no Renovabio.

[sc name=”adrotate” ]

“Esse programa, quando a gente mostrou na Índia, eles ficaram encantados. Porque resolve um problema das grandes capitais do mundo, como Nova Deli, que possui um problema enorme de poluição. E que se usar um pouco de etanol, 10%, nós não teríamos etanol para fornecer para a Índia”, explicou a ministra.

“A Índia era uma esperança que eu tinha de fazer um trabalho mais efetivo esse ano. Gostaria de já ter voltado à índia, se não fosse a pandemia, porque eu vejo grandes oportunidades para o mercado brasileiro”.

Tereza Cristina afirmou que o Ministério da Agricultura, junto com outros ministros, vem trabalhando para transformar o etanol em uma commodity .

“O ministro Paulo Guedes sabe que precisamos tornar o etanol em um commodity, e o ministro Bento também (…) Para o etanol se tornar uma commodity ele precisa ser mais vendido, fazer uma propaganda maior desse produto. Porque o setor sucroenergético é um programa de sucesso, de sustentabilidade, de energia limpa”.

[sc name=”newsletter” ]