Preço da gasolina da Petrobras vai subir 3,5%, dizem importadores

A realização da Petrobras no preço da gasolina é de 33%

O que as distribuidoras querem mudar no RenovaBio. Na imagem: Mão de frentista branco segura bomba na cor vermelha durante abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)
Abastecimento de carro flex, gasolina ou álcool (Foto: Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

A Petrobras vai elevar em em 3,5%, o preço médio da gasolina nas refinais a partir de quinta (12), adicionando 9,45 centavos no litro do combustível, para R$ 2,78. As informações são da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) e foram confirmadas pela Petrobras.

As informações foram publicada pela Reuters.

Em julho, a gasolina subiu 15,7 centavos, para R$ 2,69 por litro, uma alta de 6,2%. No reajuste anterior, em 12 de junho, a companhia havia reduzido os preços em cerca de 2%. Em 1º de maio, também fez um corte no mesmo patamar.

Apesar das flutuações recentes, o preço do Brent no mercado internacional tem buscado o patamar de US$ 70. No início deste semana, chegou a ser negociado próximo de US$ 67, mas se recuperou. O mercado de óleo tenta se antecipar a eventuais choques na demanda causado pelo coronavírus, que volta a preocupar, mesmo com o avanço da vacinação.

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O que pesa também nos preços é o dólar. A moeda americana tem demonstrado resiliência com a politica monetária dos EUA, o que ajuda a conter os preços das commodities; A cotação em relação ao real segue forte; nesta quarta avançava 0,40%, a 5,2167 por volta de meio dia.

Em 3% de acordo, a Ativa Investimento calculava que a disparidade entre os preços domésticos e internacionais da gasolina chegou a bater 17%.

“Em meados de julho observamos a OPEP decidindo pela elevação da produção para os próximos meses, fato que gerou uma descompressão no preço do Petróleo no curto prazo, e, consequentemente, no preço da gasolina, que na oportunidade chegamos a estimar que a defasagem do combustível estava em “apenas” 9%”, explicou Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, na época.

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Ao confirmar o reajuste, a empresa informou que a “contribuição da Petrobras para o preço da gasolina na bomba passará a ser de R$ 2,03 por litro em média”. Na gasolina fornecida pela Petrobras, a R$ 2,78, são adicionados 27% de etanol anidro para comercialização nos postos.

“Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais; custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro; além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores”, diz a empresa.

Segundo contas da Petrobras, com base em dados da ANP entre 25 e 31 de julho, 12,2% do valor final da gasolina corresponde à margem bruta de distribuição e revenda e 15,7%, ao custo do etanol anidro. A carga tributária estadual é de 27,4% (ICMS) e federal de 11,7% (CIDE, PIS/PASEP e COFINS).

A realização da Petrobras foi de 33% no período.

No segundo trimestre de 2021, as vendas de gasolina da Petrobras subiram 12,7% na comparação com o primeiro trimestre.

“A redução da participação de terceiros, proporcionou à companhia um aumento da participação no mercado doméstico de gasolina, com destaque para as vendas de junho de 2021”, informou a companhia na divulgação de resultados.

“Houve ganho de participação da gasolina sobre o etanol hidratado em veículos flex, menor importação de terceiros, menor colocação de produto por outros produtores e flexibilização nas medidas restritivas associadas à pandemia da COVID-19 em relação ao 1T21”.

A produção de gasolina aumentou 2,0% no período, mesmo com paradas programadas de refinarias.

“Não é garantia de que vai abaixar o preço”, diz Bolsonaro sobre venda direta de etanol

Durante a cerimônia de assinatura da MP da venda direta de etanol, nesta quarta (11), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ressaltou que a medida, por si só, não garantirá redução no preço dos combustíveis.

Ele voltou a colocar na tributação estadual o maior peso da composição dos preços e cobrou dos parlamentares que seja aprovado, além da medida provisória, o projeto de lei complementar para tornar fixo um valor nominal do ICMS, que não tem tido apoio da sua base na Câmara dos Deputados.

A nova MP deve permitir duas tributações diferentes para a venda — a monofasia tributária para usinas que escolherem a venda direta e a permanência do modelo atual para quem permanecer com vendas paras distribuidoras.

“Isso não é uma garantia que vai baixar o preço nominal para cada tipo de combustível. […] Essa medida é muito boa, mas carece de um complemento. Passa pelo parlamento brasileiro. Aí sim, nós fixando o valor do ICMS, a gente vai poder falar que o preço do combustível vai poder baixar”, disse Bolsonaro.

A medida provisória ainda não foi publicada no Diário Oficial.

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