Operação Alquimia

Polícia Federal e ANP realizam operação em empresas do setor sucroalcooleiro para rastrear fluxos de metanol

Objetivo é mapear fluxos de metanol com destinação diferente da declarada na autorização de importação a fim de identificar origem do produto usado na adulteração de bebidas alcoólicas

Polícia Federal e ANP realizam operação em empresas do setor sucroalcooleiro para rastrear fluxos de metanol

CAMPINAS —  A Polícia Federal, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Receita Federal e o Ministério da Agricultura realizaram, nesta quinta-feira (16/10), a Operação Alquimia, que fiscalizou 24 empresas do setor sucroalcooleiro para mapear fluxos de metanol com destinação diferente da declarada na autorização de importação.

A ação ocorreu nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. 

As empresas fiscalizadas incluem um terminal de combustíveis, distribuidores de solventes, produtores de biodiesel, agentes de comércio exterior, consumidores industriais de solventes e agentes não regulados pela ANP que adquiriram grandes quantidades de metanol.

O objetivo foi coletar e analisar amostras dos produtos fabricados nas unidades e atestar a regularidade das composições químicas, a fim de identificar a origem do metanol utilizado para adulteração de bebidas alcoólicas em alguns estados do país.

Na sexta-feira passada (10/10), a Polícia Civil de São Paulo fechou uma fábrica de bebidas adulteradas em São Bernardo do Campo. Os agentes chegaram até o local após investigarem a morte da primeira vítima por intoxicação com metanol.

Na quarta (15/10), o país já somava 148 notificações relacionadas à intoxicação por metanol, sendo 41 casos confirmados e seis mortes.

Segundo o secretário da Segurança Pública do estado, Guilherme Derrite, é possível que os criminosos tenham comprado etanol para falsificar as bebidas em um posto que vendia o biocombustível adulterado com metanol, configurando uma cadeia de irregularidades com alto potencial de risco à saúde pública.

A suspeita da polícia é que se trata da mesma organização criminosa investigada na Operação Carbono Oculto, que lucra com adulteração e lavagem de dinheiro em postos.

Cerca de 60% do metanol importado pelo Brasil é destinado à produção de biodiesel e cabe à ANP investigar movimentações suspeitas de desvio de finalidade.

Todo o metanol utilizado no país é importado, e cada carga importada precisa receber o aval da agência por meio de Licenças de Importação (LIs). Para isso, é necessário ter autorização para exercer a atividade de comércio exterior — e de antemão informar à ANP o destinatário do produto.

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