A Petrobras anunciou nesta quinta (10/3) que vai reajustar o preço da gasolina, do diesel e do GLP (gás de cozinha) a partir desta sexta-feira (11/3). A alta nos preços nas refinarias acontece após 57 dias do último reajuste para gasolina e diesel e 152 dias, para o gás de cozinha.
O litro da gasolina vendido para as distribuidoras nas refinarias passará de R$ 3,25 para R$ 3,86, variação de R$ 0,61 por litro. O litro do diesel passará de R$ 3,61 para R$ 4,51, uma variação de R$ 0,90.
O preço do kg do gás de cozinha passará de R$ 3,86 para R$ 4,48, reajuste de R$ 0,62 por kg. O impacto no preço do botijão de 13kg é de R$ 13,62.
Com isso, o preço da gasolina sobe 19%; o diesel ficará 25% mais caro na média — o valor representa a preços médios do diesel S10 e S500 –; e o GLP sobe 16%.
“Após serem observados preços em patamares consistentemente elevados, tornou-se necessário que a Petrobras promova ajustes nos seus preços de venda às distribuidoras para que o mercado brasileiro continue sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras”, diz a empresa, em nota.
Ipiranga limita venda de diesel a postos
Em comunicado a clientes, a distribuidora Ipiranga, a segunda maior do país, informou que passaria a avaliar os pedidos de diesel caso a caso, todos os dias. O comunicado a que o blog da Ana Flor, do g1, teve acesso é assinado pelo diretor Comercial Rede da Ipiranga, Carlos Resende, e avalia como motivo de preocupação a disparada dos preços de petróleo.
Executivos da empresa disseram que há dificuldades em lidar com os preços internacionais para a importação do petróleo enquanto os preços locais não são reajustados pela Petrobras.
Cotação do petróleo em alta
Os preços do petróleo despencaram nessa quarta (9/3), com a expectativa de uma solução para a guerra na Ucrânia e a liberação emergencial de estoques do óleo e dados semanais do Departamento de Energia (DoE) dos EUA.
Nesta quinta (10/3), a cotação do Brent e WTI sobe cerca de 5%, com o efeito da reunião entre os ministros das Relações Exteriores de Rússia e Ucrânia, que terminou sem acordo.
Também está pressionando a cotação a informação de que esfriaram as expectativas de um aumento da produção por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
Países integrantes da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês) liberaram 62,7 milhões de barris de petróleo disponíveis em reservas emergenciais. Mais de dois terços desse volume resultam de estoques públicos, enquanto o restante vem de acordos com a indústria.
- Leia em epbr: Biden proíbe importação de óleo, gás e carvão russos; UE lança plano de “independência de fósseis”
Congresso tenta leis para segurar aumento
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) adiou para esta quinta (10/3) a votação do PLP 11/20, do ICMS dos combustíveis, e do PL 1472/21, do fundo de estabilização dos preços. Governo federal, Senado e estados tentam fechar acordo sobre quais medidas serão, de fato, propostas.
De olho nas eleições, a ala política do governo e o próprio presidente Jair Bolsonaro (PL) querem criar um programa de subsídio para diesel, gasolina e gás de cozinha (GLP). Mas o Ministério da Economia tenta conter os gastos e quer desonerar apenas o óleo diesel, com uma despesa da ordem de R$ 20 bilhões este ano.
O que se discute, entre outras propostas, é criação de um programa de subvenção direto no suprimento dos combustíveis.
Essa foi a saída encontrada por Michel Temer, em 2018, que editou uma medida provisória para destinar R$ 9 bilhões para o programa de subvenção do diesel, dos quais cerca de R$ 6 bilhões foram efetivamente gastos.
A própria Petrobras vem defendendo a medida. O presidente da companhia, Joaquim Silva e Luna, já citou diversas vezes que os dividendos bilionários da companhia podem ser utilizados para esse fim.