A Petrobras será uma companhia atrativa para investidores de longo prazo, afirmou o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), nesta terça (16/5), após a companhia anunciar que deixará de estar sujeita à paridade de importação na formação de preços do diesel e da gasolina.
Silveira e o presidente da companhia, Jean Paul Prates (PT), negaram se tratar de intervenção do governo na companhia.
“O governo é controlador, isso não quer dizer interventor, muito pelo contrário. O que nós defendemos é o bom senso e a coerência. O que havia na verdade era uma política criminosa contra brasileiros e brasileiras”, disse o ministro.
Segundo Prates, tratava-se de uma política “contra a Petrobras”.
“Os instrumentos de rentabilidade, de garantia da financiabilidade da companhia estão integralmente garantidos. O que estamos falando aqui é um modelo que vai garantir ter o melhor preço para o seu cliente como qualquer outra empresa, não é intervenção nenhuma”, disse o executivo.
As ações da companhia abriram em alta de 3%, carregando o Ibovespa, principal índice da bolsa de valores de São Paulo, que sobe na contramão do mercado internacional.
Investidores de longo prazo
“A Petrobras vai se tornar uma empresa ainda mais atrativa pros investidores sérios, de longo prazo”, disse Silveira.
O ministro lembrou que no governo Bolsonaro, a intenção era vender os ativos da companhia e levar à privatização da Petrobras.
“Sendo preparada para ser vendida do jeito que estava fazendo [o governo anterior], no processo de desinvestimento para chegar com a Petrobras, em poucos anos, como uma vendedora exclusivamente de óleo cru [e] se tornar atrativa para um mercado é especulativo e vender a empresa”, afirmou.
A mudança na precificação dos combustíveis tem como premissas a competitividade contra concorrentes da Petrobras; e o custo de oportunidade, isto é, a conta se vale mais a pena vender, importar, exportar gasolina, diesel ou petróleo, segundo comunicado da empresa.
Prates têm afirmado que a imposição do PPI era uma prática para beneficiar concorrentes, uma prática de preços para garantir o mercado aberto para para outros supridores.
“Não é contra o investidor, é o contrário. O que é contra o investidor é ser obrigado a praticar o preço do seu concorrente. O pior preço pra você. Então, perdia marketing share, perdia mercado”.
Segundo o executivo, a mudança significa que a paridade de importação deixará de ser o único “fator exclusivo” de formação de preço.
A Petrobras vai ter a “liberdade de usar nossas vantagens competitivas a favor do Brasil e da Petrobras”, conclui.
Redução de preços do diesel e gasolina em mais de 12%
A Petrobras anunciou que reduzirá os preços de venda do diesel e da gasolina para as distribuidoras em mais de 12% a partir desta quarta-feira (17/5).
Diesel A: vai cortar R$ 0,44 por litro do seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,46 para R$ 3,02 por litro – queda de 12,7%.
Gasolina A: vai baixar em R$ 0,40 por litro o seu preço médio de venda para as distribuidoras, que passará de R$ 3,18 para R$ 2,78 por litro – queda de 12,5%.
Segundo a empresa, o preço médio ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,18 por litro de diesel S10, mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05.
A parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,69 a cada litro vendido na bomba, considerando a mistura obrigatória de 88% de diesel A e 12% de biodiesel para a composição do diesel S10 comercializado nos postos.
Já o preço médio da gasolina A ao consumidor final poderia atingir o valor de R$ 5,20 por litro, mantidas as parcelas referentes aos demais agentes conforme a pesquisa de preços da ANP para o período de 7 a 13/05.
A parcela da Petrobras no preço ao consumidor será, em média, R$ 2,03 a cada litro vendido na bomba, considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos.