A partir deste sábado (10), o preço médio de venda do diesel da Petrobras para as distribuidoras será reduzido em 3%, para R$ 2,66 por litro, após desconto de 8 centavos por litro, informou a empresa, em nota.
É o segundo reajuste do ano, após o corte de 11 centavos no dia 25 de março.
Os preços da gasolina ficam inalterados, em R$ 2,59.
“Os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo. Isso possibilita a companhia competir de maneira mais eficiente e flexível e evita o repasse imediato da volatilidade externa para os preços internos”, diz a empresa em nota.
Os preços do petróleo continuam a oscilar entre o cenário de aumento da oferta e as incertezas sobre recuperação da demanda. Nesta sexta (9), o petróleo WTI recuava 0,07% para US$ 59,56 e o Brent, 0,19% a US$ 63,09, nas primeiras horas de negociação.
[sc name=”adrotate” ]
Bolsonaro fala em mudança na política de preços
Na última quarta (7), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender que o governo pode fazer mudanças na política de preços da Petrobras, após a nomeação do general Joaquim Silva e Luna para o comando da estatal, prevista para ser oficializada na próxima semana.
“Podemos mudar essa política de preço lá”, afirmou. Ao mesmo tempo, garantiu que não pretende interferir na empresa.
Silva e Luna foi escolhido pelo governo para substituir Roberto Castello Branco no comando da Petrobras, em meio a uma disparada de preços do petróleo, que combinada com o câmbio, impactou o preço dos combustíveis nacionais.
“Ele [general Silva e Luna] sabe que é uma empresa que, mais do que transparência, tem que ter previsibilidade”, disse Bolsonaro.
A pressão nos preços alcança a popularidade do governo, que em março chegou a zerar a cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel, por um período de dois meses – conta paga por instituições financeiras, indústria química e pessoas com deficiência.
Na mesma medida, o governo zerou indefinidamente o imposto federal do GLP vendidos para consumidores domésticos (P-13), em ação combinada que deve custar mais de R$ 3 bilhões este ano.
Outra tentativa direta do presidente Jair Bolsonaro em evitar um desgaste maior – especialmente entre os caminhoneiros – foi propor a unificação a cobrança de ICMS sobre combustíveis nos estados, antecipando um debate da reforma tributária.
Mas, diante da falta de apoio parlamentar para aprovação, o governo recuou e retirou o pedido de urgência para votação da proposta, que deve ficar “na geladeira” nas duas comissões em que precisa tramitar, segundo avaliação de parlamentares.
Recuo na mistura de biodiesel
A mistura obrigatória de 13% de biodiesel no diesel (B13) também entrou na mira do governo, após escalada de preços do biocombustível no leilão em andamento para abastecer o mercado em maio e junho.
O certame promovido pela ANP foi interrompido na terça (6), atendendo a uma solicitação do Ministério de Minas e Energia (MME) após os preços ultrapassarem R$ 7 o litro. O novo percentual ainda é discutido no governo.
O mercado de distribuição e revenda defende a redução para o B10. Produtores de biodiesel tentam evitar o B10, mas abriram uma negociação por 12% (B12). Entenda
No início de março, o ministro Bento Albuquerque (MME), garantiu pessoalmente a parlamentares a manutenção da mistura B13, quando Confederação Nacional do Transporte (CNT) colocou em pauta a redução para 8% (B8).
“Não vamos cometer nenhum equívoco nesse momento de retomada econômica”, afirmou Bento Albuquerque à época.
Até o fechamento desta matéria, o leilão continuava suspenso e a assessoria do MME não respondeu aos questionamentos da epbr.
[sc name=”newsletter” ]