A Petrobras decidiu manter diesel inalterados e reduzir o preço da gasolina entregue às distribuidoras, a partir de amanhã. Com isso, o preço da gasolina da Petrobras vai cair 14,2 centavos nesta sexta (20).
A Petrobras confirmou a informação: o preço da gasolina será reduzido em cerca de 5%, com o corte de 14 centavos, e passará a ser de R$ 2,69, em média.
Foi uma redução menor que o aumento anterior, de 23 centavos por litro.
Até a queda expressiva nas cotações do petróleo registradas entre ontem e hoje, a Petrobras vinha acompanhando a paridade internacional de preços, segundo avaliação da Abicom – Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis.
Os preços do petróleo recuaram pelo quinto dia consecutivo nessa quinta (18), registrando as maiores quedas diárias desde o último verão no Hemisfério Norte, diante de temores cada vez maiores com o aumento no número de casos de Covid-19 na Europa e os efeitos colaterais da vacina de Oxford/AstraZeneca e da valorização do dólar.
Os futuros do Brent fecharam em queda de US$ 4,72 (-6,9%), para US$ 63,28 por barril, enquanto o WTI recuou US$ 4,60 (-7,1%), para US$ 60 o barril. Com isso, ambos os contratos agora apuram queda de mais de 11% desde 8 de março.
Há poucas semanas, o Brent havia disparado para US$ 70 por barril no mercado futuro, pressionando ainda mais a inflação no Brasil.
A sequência de cinco dias de perdas é a maior para o WTI desde fevereiro de 2020, e a mais longa para o Brent desde setembro de 2020. Ela ocorre após especuladores terem estabelecido a maior posição comprada em futuros e opções do petróleo nos EUA desde 2018.
O cenário de enfraquecimento não foi limitado ao petróleo, já que os contratos futuros do óleo para aquecimento e da gasolina negociados nos EUA recuaram mais de 5% cada.
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O câmbio tem sido um impulsionador da inflação doméstica, pela internalização de preços internacionais em dólar. O aumento do custo do diesel no Brasil tem reflexo, por exemplo, na produção de alimentos que depende do frete para movimentar a produção. O diesel é o combustível mais consumido no país.
Esta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) surpreendeu o mercado com um aumento da taxa básica de juros Selic em 75 pontos percentuais, para 2,75%. A expectativa, agora superada, era de alta para 2,50%.
Com isso, foi possível interromper a alta na taxa de câmbio que recuou 0,30% para R$ 5,56 por dólar no fechamento de ontem.
Há duas semanas, gasolina subiu 9%
A Petrobras elevou o preço da gasolina em 8,8% e do diesel em 5,5% em 9 de março. Com isso, os preços médios nas refinarias foram para R$ 2,84 por litro para a gasolina e R$ 2,86 por litro para o diesel, após aplicação de reajustes de R$ 0,23 e de R$0,15 por litro, respectivamente.
Em 2 de março, a Petrobras havia elevado os preços médios do diesel e da gasolina em 5%.
“O alinhamento dos preços ao mercado internacional é fundamental para garantir que o mercado brasileiro siga sendo suprido, sem riscos de desabastecimento, pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros refinadores, além da Petrobras”, disse a empresa, em nota na época.
O reajuste de amanhã será o terceiro desde que o presidente Jair Bolsonaro decidiu trocar o comando da Petrobras. O atual presidente da companhia, Roberto Castello Branco, tem mandato até 20 de março.
Preços não chegarem diretamente ao consumidor
Segundo dados mais recentes da Petrobras, a realização média da companhia sobre a venda de gasolina nos postos é de 36,4%. A tributação federal, que inclui a CIDE, PIS e Cofins, fica com 12,3%; e o ICMS dos estados, com 25,8%.
Outros elos da cadeia ficam com 15,6% (etanol) e 9,9% (margem bruta de distribuição e revenda)
O etanol anidro é obrigatoriamente misturado na gasolina comum com teor de 27%. Na gasolina premium são 25%.
Números atualizados na semana de 7 a 13 de março, portanto anteriores ao reajuste que entra em vigor amanhã.
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