Combustíveis e Bioenergia

Petrobras pode importar mais diesel, mas crê em ajuste natural do mercado ao corte da Rússia

Jean Paul Prates diz que não vê riscos de desabastecimento no país, frente às restrições de importação da Rússia

Petrobras bate recorde de Fator de Utilização Total (FUT) de refinarias. Na imagem: Refinaria da Petrobras com caminhões-tanque de abastecimento estacionados próximo à reservatórios gigantes de armazenamento de combustíveis (Foto: Divulgação)
Tanques de armazenamento em refinaria da Petrobras (Foto: Divulgação)

RIO — O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, afirmou nesta quinta (28/9) que a companhia poderá importar volumes extras de diesel, caso haja necessidade e a operação faça sentido para a empresa, em meio às preocupações de segmentos do mercado com o abastecimento nacional – sobretudo após as restrições impostas pela Rússia, principal fonte de importações do Brasil em 2023, as suas exportações.

Prates destacou que não vê riscos de desabastecimento e que o mercado deve se ajustar naturalmente à nova dinâmica.

“Faltar combustível,absolutamente, não trabalhamos com essa possibilidade. O mercado continua livre e cada um compra e importa, eventualmente, com as dificuldades e facilidades que tem”, disse, ao ser questionado sobre as medidas que a Petrobras poderá adotar, em meio às restrições das importações de diesel russo.

“Nós temos condições mais competitivas do que qualquer um para importar combustíveis, vamos fazer as importações para atender os nossos contratos e eventualmente uma ou outra cota a mais que seja necessária, e que vejamos oportunidade para entrar em um mercado novo ou em um cliente novo e que seja bom para nós”, complementou, ao conversar com jornalistas em evento no Rio de Janeiro.

Com descontos nos preços do derivado, a Rússia se tornou, neste ano, a principal fonte de importações de diesel do Brasil, superando a liderança histórica dos EUA.

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Petrobras diz que é possível manter preços atuais

No mercado brasileiro, importadores privados se queixam da defasagem dos preços praticados pela Petrobras, internamente, em relação aos preços de referência internacional — o que reduz a competitividade do produto importado pelos concorrentes da petroleira.

O último reajuste da estatal brasileira aconteceu em meados de agosto e, desde então, os preços internacionais têm subido nas últimas semanas.

Prates sinalizou, no entanto, que, por ora, não há indicativo de novos reajustes.

“Os modelos, por enquanto, estão indicando que é possível manter no mesmo patamar sem haver absolutamente nenhum risco para a rentabilidade da empresa”, afirmou.

O presidente da Petrobras mencionou, ainda a taxa de utilização das refinarias da companhia segue alta, em 94%.