OPEP+ inicia discussão sobre oferta e preços, enquanto Brasil registra defasagem na gasolina e no diesel

ANP retoma consulta sobre regras de acesso aos terminais aquaviários. Na imagem: Vista aérea de duas embarcações em terminal de Derivados de Alemoa, da Petrobras, no Porto de Santos (Foto: Divulgação)
Terminal de Derivados de Alemoa, Petrobras, no Porto de Santos (Foto: Divulgação)

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Editada por Gustavo Gaudarde
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Os futuros do Brent abriram em queda de 0,45% nesta quinta (4), chegando a US$ 63,33 por barril nos contratos negociados para maio. Ontem, a especulação sobre a manutenção do controle da oferta de óleo pelo OPEP+ colaborou com uma valorização inesperada de 2,19%, para US$ 64,07.

— O grupo de 23 países liderado por Arábia Saudita e Rússia se reúne nesta quinta (4) para decidir se flexibiliza o acordo para controle da produção que retirou do mercado mais de 10 milhões de barris/dia desde o ano passado.

— A negociação gira em torno de um aumento entre 500 mil e 1,5 milhão de barris diários, para permitir que os países signatários ganhem mercado neste momento de valorização da commodity. Ontem, a agência Reuters, contudo, publicou que o OPEP+ considera prorrogar o corte vigente até abril.

— A Arábia Saudita, maior exportadora de petróleo do mundo, se comprometeu sozinha com um corte adicional de 1 milhão de barris/dia para evitar um choque maior no mercado em decorrência da covid-19. Isso reforça a expectativa por algum aumento da oferta. Valor, com Bloomberg

A decisão desta quinta (4) afeta diretamente o mercado brasileiro. Segundo cálculos da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), o diesel vendido pela Petrobras internamente está entre 8 e 15 centavos mais barato que o combustível ofertado aos importadores.

— A defasagem média no diesel, o combustível mais vendido no país, era de 4% nessa quarta (3). Para a gasolina, a defasagem é maior, de 8%, variando de 18 a 26 centavos, segundo a Abicom.

— Isto é, a alta do Brent pressiona a paridade de preços da Petrobras, que tem demonstrado disposição em aumentar os preços, independente do custo político.

— A companhia fez um ajuste de +5% esta semana, na sequência das correções de +15% (diesel) e +10% (gasolina) em fevereiro que levaram a demissão de Roberto Castello Branco, sob ataque de Jair Bolsonaro.

— Castello Branco poderá ficar a frente da companhia até 20 de março. Bolsonaro, por sua vez, tem prometido que não vai interferir na política de preços quando o novo presidente tomar posse. A indicação do general da reserva Joaquim Silva e Luna, contudo, é contestada no conselho da companhia. InfoMoney.

— Se a Petrobras não mantiver a paridade de preços, vai descumprir o acordo firmado no CADE para encerrar investigações sobre abuso da posição dominante no mercado de combustíveis. É o mesmo acordo que prevê a venda das oito unidade de refino.

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Etanol dispara. O valor do etanol hidratado subiu 35% nos últimos 30 dias nas usinas do Centro-Sul. O litro do combustível subiu para R$ 2,973 em Paulínia (SP), base de armazenamento e de distribuição da região. Os dados são do Cepea/Esalq/USP.

— Um conjunto de fatores pressiona os preços do etanol nas últimas semanas. Um deles são os recentes reajustes de preços da gasolina promovidos pela Petrobras, devido à alta do petróleo no exterior, que tornam o etanol mais atraente para os consumidores.

— Além disso, é um período de entressafra e de menor oferta do combustível. Tradicionalmente, os preços sobem. Neste ano, contudo, há novos ingredientes, e as perspectivas para as próximas semanas não são boas.

— O veranico do semestre passado prejudicou o desenvolvimento da cana, e parte das indústrias deve retardar a colheita, que deveria começar oficialmente no início de abril. Folha de São Paulo

Petrobras cai com CVM e mudanças no CA. As ações da Petrobras sofreram nova baixa na B3 nessa quarta (3/3), com as notícias sobre a investigação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) envolvendo irregularidades em operações com opções da empresa.

— Pesou também o pedido de quatro dos 11 integrantes do Conselho de Administração (CA) – João Cox Neto, Nivio Ziviani, Paulo Cesar de Souza e Silva e Omar Carneiro da Cunha Sobrinho – de não recondução aos cargos.

— As ações ordinárias fecharam a sessão em baixa de -4,29%, a R$ 20,97, enquanto as preferenciais encerraram com queda de -3,64%, a R$ 21,19, com os ativos PN chegando a cair quase 7% na mínima do dia. InfoMoney

— A Petrobras comunicou ao mercado que o conselheiro Leonardo Pietro Antonelli informou à companhia que não pretende ser reconduzido ao CA. Entretanto, não mencionou os outros quatro nomes que circularam nos noticiários.

— Por causa das suspeitas de insider trading com papéis da Petrobras, a Associação Brasileira dos Investidores (Abradin) deve protocolar uma reclamação na CVM pedindo investigação sobre operações com ações da Petrobras na véspera da demissão do presidente da estatal, Roberto Castello Branco.

— O presidente da entidade, Aurélio Valporto, defende que há fortes indícios de que as operações tenham sido feitas com uso de informação privilegiada e que o caso precisa de apuração.

— A CVM e a B3 avaliam o caso, mas ainda não houve abertura de processo administrativo. Folha de São Paulo.

S-10 na Reduc. A Petrobras vai realizar obras na Refinaria Duque de Caxias (Reduc), na Baixada Fluminense, para aumentar a qualidade do diesel produzido e ampliar a produção do diesel S-10, cujo teor de enxofre é menor – 10 partes por milhão (ppm) em vez de 500 partes por milhão (ppm), do diesel S-500. Agência Brasil

Votação da Lei do Gás adiada. A Câmara dos Deputados deixou para a sessão desta quinta (4) a votação da Lei do Gás, que vem sendo adiada desde o fim do ano passado. Contudo, não é garantia de que o trexto será votado.

— Pela natureza das mudanças, por emendas, há apenas dois caminhos: aprovar ou rejeitar as inovações incluídas pelo senador Eduardo Braga (MDB/AM). Não será possível apresentar uma proposta alternativa. epbr

— É preciso “aumentar o nível de convergência”, disse o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL/AM), que conduzia o plenário. Mais cedo, ele havia confirmado que o marco do gás seria votado ontem.

— Antecipamos no político epbr: a principal disputa é por emendas envolvendo a classificação de gasodutos e os critérios de independência da distribuição em relação a outros elos da cadeia do gás natural – disputas presentes desde a aprovação da versão apoiada pelo governo na Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara, em 2019.

Rio Alto prepara IPO A Rio Alto Energias Renováveis protocolou pedido de Oferta Pública Inicial de Ações (IPO) para uma oferta primária de ações. A companhia é uma das maiores geradoras de energia solar fotovoltaica do Brasil.

— Do total a ser levantado no IPO, 81,25% irão para investimentos nos projetos de geração solar em construção e desenvolvimento. Valor

Estratégia ESG. Uma empresa que não tem lugar para a diversidade está comprometendo a sua relevância e sua capacidade de se perpetuar no mercado. A avaliação é de Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil, durante o Expert ESG, realizado pela XP Investimentos nesta quarta (3).

— Tânia participou do painel “A força da Liderança Feminina” ao lado de Luiza Trajano, presidente do Conselho do Magazine Luiza, e Rachel Maia, fundadora da RM Consulting e presidente do Conselho Consultivo do Unicef. epbr

Seguro para eficiência energética e solar. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) lançou nessa quarta (4/3) o Programa ESI (Seguro de Economia Energética, na sigla em inglês), destinado ao mercado brasileiro.

— O ESI é um seguro de “performance energética” para garantir o retorno de investimentos de pequenas e médias empresas em projetos de eficiência energética e geração solar fotovoltaica, minimizando o temor de pequenos empresários em adotar essas iniciativas.

— O modelo já funciona na Europa e está disponível em países vizinhos, como o caso do Chile, Colômbia, El Salvador, México e Peru. IstoÉ, com Estadão Conteúdo

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