A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) calcula que após os aumentos da Petrobras nos preços do diesel e da gasolina, o mercado continuará registrando disparidades entre os valores domésticos e internacionais. Os novos preços entram em vigor amanhã (16).
A defasagem média na gasolina varia de 23 a 18 centavos, representando uma diferença média de 7%, ou 20 centavos. A Petrobras decidiu elevar o preço da gasolina, em 1,9%, com aumento de 5 centavos, na maioria das praças, para R$ 2,64 por litro.
Segundo informações da Abicom, o preço da gasolina vai subir 9 centavos em São Luís, no Maranhão, e o reajuste de 5 centavos será aplicado nas demais localidades.
A consultoria de mercado financeiro Ativa Investimentos, por sua vez, calcula que há potencial para um aumento adicional de 10% na gasolina no curto prazo.
“Ao que tudo indica, tal potencial não deverá ser dado pela Petrobras tão em breve, uma vez que a atual gestão da companhia tem esperado intervalos maiores para reajustar os preços do que a anterior”, avalia Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos.
No caso do óleo diesel, a Abicom informa que a defasagem média é de 9 centavos (-3%), em média, variando de 7 a 12 centavos nos portos brasileiros.
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Castello Branco “segurou” preços, disse Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou no início do mês, em entrevista ao UOL, que a Petrobras voltou a praticar preços alinhados com o mercado internacional quando Roberto Castello Branco soube que seria demitido por Bolsonaro.
Antes, o executivo segurava os aumentos.
“No caso do Castello, ele, na verdade, vinha segurando aumentos no preço dos combustíveis. É claro que, quando soube que ia sair, começou a realinhar os preços com o mercado internacional para ajustar suas obrigações diante dos acionistas”, disse.
Castello Branco sempre negou tal prática. Mesmo com as defasagens registradas entre os preços de importação e os preços praticados pela Petrobras, o executivo afirmava que a paridade vinha sendo atendida.
Em nota, a Petrobras justificou o realinhamento dos preços com o mercado citado por Guedes por uma convicção que os preços iriam de subir em fevereiro.
“[A Petrobras decidiu] adotar postura mais cautelosa em janeiro de 2021 e acelerou os reajustes de preços de combustível em fevereiro de 2021, quando a companhia ficou convicta de que os preços do petróleo e dos combustíveis se estabilizariam em patamar mais elevado do que de dezembro de 2020”, justificou a empresa.
Os importadores de combustíveis questionam a política de preços da atual gestão da Petrobras desde 2019. Chegaram a pedir uma ação do CADE – além de seus acionistas, a Petrobras assumiu o compromisso com a paridade de preços no acordo em que propôs a venda das refinarias.
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