Mesmo sem reajuste da Petrobras há 134 dias, a gasolina subiu 0,47% nos postos de gasolina na primeira quinzena de outubro, em relação ao mesmo período de setembro, perdendo espaço para o etanol, apesar do biocombustível ter registrado alta de 1,14% no mesmo período, atingindo o maior valor desde maio, segundo o Índice de Preços Edenred Ticket Log (IPTL).
O preço médio da gasolina no período ficou em R$ 6,36 o litro, enquanto o preço médio do etanol chegou a R$ 4,44 o litro, apurou o IPTL.
“O etanol tem mostrado variações mais relevantes neste segundo semestre, influenciado por oscilações na oferta e pelos custos de produção e distribuição. O movimento continuou em outubro, com nova alta nas bombas. A gasolina seguiu o mesmo caminho, porém em ritmo mais moderado”, disse em nota o diretor de Rede de Abastecimento da Edenred Mobilidade, Renato Mascarenhas.
Nas análises regionais do mesmo período, o IPTL registrou que a maioria das regiões acompanhou a tendência nacional de alta para os dois combustíveis nesta primeira quinzena de outubro. A exceção foi a região Nordeste, que registrou estabilidade para o etanol, mantendo o preço médio de R$ 4,94 registrado na primeira quinzena de setembro.
O Centro-Oeste se destacou ao registrar as maiores altas do período para ambos os combustíveis: de 3,92% para o etanol (R$ 4,51) e de 2,04% para a gasolina (R$ 6,49).
As maiores médias seguiram sendo registradas no Norte. Na região, o etanol foi vendido a preço médio de R$ 5,21, alta de 0,39%, enquanto a gasolina, a R$ 6,83, teve alta de 0,15% na região. Já as médias mais competitivas seguiram sendo as da região Sudeste, de R$ 4,32 para o etanol, ou alta de 0,93% e de R$ 6,21 para a gasolina, um aumento de 0,32%.
Distrito Federal registrou maior alta para gasolina
Considerando as médias por estados, a maior alta para a gasolina foi verificada no Distrito Federal, onde o combustível chegou a R$ 6,62 após aumento de 4,75%. Já o Estado com a maior redução no preço médio da gasolina foi o Rio Grande do Norte, onde o combustível foi comercializado em média por R$ 6,19, após queda de 0,64%. A gasolina com o maior preço médio foi registrada, novamente, no Acre, de R$ 7,44, após aumento de 0,27%.
Para o etanol, a maior alta do país no período ocorreu em Goiás, de 8,25%, alcançando o preço médio de R$ 4,59. Já a maior redução do biocombustível foi registrada em Pernambuco, de 1,99%, que fez com que o preço médio do biocombustível neste estado recuasse a R$ 4,92.
“Atualmente, o IPTL mostra que, em dez estados do país, o etanol tem sido a alternativa mais econômica frente à gasolina, principalmente no Centro-Oeste, onde o biocombustível se mostrou vantajoso em todos os estados da região. Além do fator preço, o uso do etanol também representa um ganho ambiental, já que emite menos poluentes e ajuda a reduzir a pegada de carbono, fortalecendo uma mobilidade mais sustentável”, informou Mascarenhas.
O IPTL é um índice de preços de combustíveis levantado com base nos abastecimentos realizados nos 21 mil postos credenciados da Edenred Ticket Log.
Petrobras continua evitando trazer volatilidade externa ao mercado interno, diz Magda
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reafirmou, na terça-feira (14/10), que a estatal mantém sua estratégia de não trazer volatilidade do preço do petróleo para o mercado interno, e que continua observando a paridade do preço de importação e de exportação, o market share e a estabilidade de preços para fazer qualquer movimento.
“Isso vale para a gasolina, isso vale para o diesel. Então, não estamos fazendo nada de diferente”, explicou a executiva ao ser perguntada se iria reduzir o preço da gasolina, que está cerca de 10% mais alto no mercado brasileiro na comparação com o mercado internacional.
Magda participou nesta terça da reunião do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, do qual já fez parte.
A Petrobras está sem reajustar a gasolina há 134 dias e o diesel há 162 dias.
Segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina poderia ser reduzida em R$ 0,24 por litro e o diesel elevado em R$ 0,20 por litro para atingir a paridade internacional.
A expectativa do mercado é de que em algum momento a estatal vai reduzir o preço da gasolina, mas o diesel, responsável pelo maior volume vendido pela empresa, deve permanecer inalterado.
Por Denise Luna e Gabriela da Cunha