BRASÍLIA — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o biodiesel brasileiro e, de forma mais enfática, o diesel coprocessado da Petrobras em agenda com empresários em Moçambique nesta segunda-feira (24/11).
“Há muito tempo a gente está tentando introduzir o biodiesel no mundo e os fabricantes de motor se recusam inventando um monte de coisa. Com o agravante de a Petrobras estar refinando o biodiesel já misturado 100% com o diesel. Sai um diesel melhor do que qualquer outro. Dá até para beber”, brincou.
Embora tenha falado de “biodiesel da Petrobras”, Lula se referia ao diesel coprocessado que a empresa fabrica com teor renovável de óleos vegetais, em percentuais de até 10%.
A declaração marca uma mudança de postura no governo Lula em relação ao coprocessado, que há anos tenta embarcar no mercado de biodiesel.
O produto ganhou vitrine durante a COP30, em Belém (PA), abastecendo ônibus e geradores da conferência, e a petroleira promete retomar articulações em 2026 para garantir participação do seu produto no mercado cativo do Combustível do Futuro.
A Petrobras perdeu a briga com os produtores de biodiesel quando a lei que aumentou a mistura do biocombustível no diesel foi aprovada no Congresso Nacional. Na época, o próprio governo atuou para barrar o coprocessado.
Anos antes, a estatal também tinha tentado enquadrar o produto como biocombustível, mas a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) negou, em 2022, a especificação do produto como biodiesel.
Um dos obstáculos para incluir no mandato é a comprovação de renovabilidade do combustível, que possui as mesmas características moleculares do equivalente fóssil.
A própria presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reconhece que a única forma de detectar a diferença é com um teste de carbono 14, capaz de distinguir o carbono antigo do carbono novo.
