"Dá até para beber"

Lula defende coprocessado da Petrobras em evento com empresários no Moçambique

Estatal vem tentando incluir produto na parcela de biocombustíveis e vai tratar de mandato específico em 2026

Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o encerramento do encontro empresarial Brasil–Moçambique. Polana Serena Hotel – Maputo (Moçambique). Foto: Ricardo Stuckert / PR
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante o encerramento do encontro empresarial Brasil–Moçambique. Polana Serena Hotel – Maputo (Moçambique). Foto: Ricardo Stuckert / PR

BRASÍLIA — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu o biodiesel brasileiro e, de forma mais enfática, o diesel coprocessado da Petrobras em agenda com empresários em Moçambique nesta segunda-feira (24/11).

“Há muito tempo a gente está tentando introduzir o biodiesel no mundo e os fabricantes de motor se recusam inventando um monte de coisa. Com o agravante de a Petrobras estar refinando o biodiesel já misturado 100% com o diesel. Sai um diesel melhor do que qualquer outro. Dá até para beber”, brincou.

Embora tenha falado de “biodiesel da Petrobras”, Lula se referia ao diesel coprocessado que a empresa fabrica com teor renovável de óleos vegetais, em percentuais de até 10%.

A declaração marca uma mudança de postura no governo Lula em relação ao coprocessado, que há anos tenta embarcar no mercado de biodiesel.

O produto ganhou vitrine durante a COP30, em Belém (PA), abastecendo ônibus e geradores da conferência, e a petroleira promete retomar articulações em 2026 para garantir participação do seu produto no mercado cativo do Combustível do Futuro.

A Petrobras perdeu a briga com os produtores de biodiesel quando a lei que aumentou a mistura do biocombustível no diesel foi aprovada no Congresso Nacional. Na época, o próprio governo atuou para barrar o coprocessado.

Anos antes, a estatal também tinha tentado enquadrar o produto como biocombustível, mas a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) negou, em 2022, a especificação do produto como biodiesel.

Um dos obstáculos para incluir no mandato é a comprovação de renovabilidade do combustível, que possui as mesmas características moleculares do equivalente fóssil.

A própria presidente da Petrobras, Magda Chambriard, reconhece que a única forma de detectar a diferença é com um teste de carbono 14, capaz de distinguir o carbono antigo do carbono novo.

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