PDE 2035

Investimentos em refinarias e SAF devem reduzir dependência externa de nafta e QAV até 2035

Dependência nacional da importação da nafta sairá de 59%, em 2025, para 29%, em 2035; dependência do QAV irá de 18% para 4%

Uma novo projeto para o antigo Comperj (depois GasLub) rebatizado de Complexo de Energias Boaventura. Na imagem: Vista das instalações do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí/RJ (Foto Bruno Castro/Agência Petrobras)
Instalações do Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí/RJ | Foto Bruno Castro/Agência Petrobras

BELO HORIZONTE — Investimentos em refinarias e biorrefinarias e maior consumo de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) devem reduzir dependência externa do Brasil à nafta e ao querosene de aviação (QAV) em 2035, indica o Caderno de Abastecimento de Derivados de Petróleo (.pdf).

O Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) publicaram o estudo na quinta-feira (27/11). Ele faz parte do Plano Decenal de Expansão de Energia 2035 (PDE 2035).

O Brasil é, historicamente, importador líquido de derivados de petróleo. Ainda que a projeção seja de manutenção dessa condição nos próximos dez anos, a importação será de 36 mil m³/d em 2035, volume inferior à máxima histórica de 79 mil m³/d, registrada em 2017.

O recuo será impulsionado, em parte, pela nafta, que deve ter a importação reduzida em 11 mil m³/d. Com isso, a dependência nacional da importação do petroquímico sairá de 59%, em 2025, para 29%, em 2035.

A queda será resultado da estabilidade da demanda das centrais petroquímicas e do aumento da produção nacional em quase 80% na década, influenciada pelo Complexo Boaventura e pela ampliação da Refinaria Abreu e Lima.

A previsão é que a entrada em operação do Boaventura leve também ao aumento da produção de QAV no período, indo de 16 mil m³/d para 19 mil m³/d. Com isso, a projeção é que as importações líquidas do combustível irão de 18% para 4%.

A queda é influenciada, ainda, pela previsão de estagnação do consumo do QAV, reflexo do cumprimento das metas de redução de emissões da aviação doméstica e internacional e do consequente aumento no uso de SAF.

O Caderno de Oferta de Biocombustíveis do PDE 2035 (.pdf) considera nove projetos de biorrefinarias que produzirão o biocombustível.

O estudo estima que essas iniciativas ofertarão 1,7 bilhão de litros de SAF por ano a partir de 2030 e alcançarão cerca de 2,8 bilhões de litros em 2035.

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