Combustíveis e Bioenergia

Invasão da Ucrânia pela Rússia leva petróleo para mais de US$ 100

Este ano, o petróleo subiu mais de US$ 20 pelo temor de sanções ao setor energético da Rússia, afetando suprimento global de energia

O Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, durante Diálogo dos Líderes com o Conselho Empresarial do BRICS e o Novo Banco de Desenvolvimento, em 2019. Foto: Marcos Corrêa/PR
O Presidente da Federação da Rússia, Vladimir Putin, durante Diálogo dos Líderes com o Conselho Empresarial do BRICS e o Novo Banco de Desenvolvimento, em 2019. Foto: Marcos Corrêa/PR

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A invasão da Ucrânia pela Rússia fez o preço do petróleo ultrapassar os US$ 100 na manhã desta quinta (24/2). A última vez em que o barril superou esse valor foi em 2014. Por volta das 7h30 (horário de Brasília), o barril do Brent era negociado a US$ 105,59, e o WTI batia em US$ 100,35 o barril.

— Desde o início do ano, o petróleo subiu mais de US$ 20 por conta do temor de que a Europa e os EUA impusessem sanções ao setor energético da Rússia e afetassem o suprimento global de energia, informa o g1.

— Diante do aumento da tensão e das ameaças do presidente russo, Vladimir Putin, países ocidentais e o Japão impuseram novas sanções contra a Rússia na terça (22/2). Prometeram ampliá-las, caso a Ucrânia fosse invadida, o que ocorreu nesta quinta, detalha o Valor.

— Ainda que não haja sanções ao setor energético, os preços do petróleo e do gás natural devem continuar subindo. “O suprimento de petróleo da Rússia vai desaparecer do dia para a noite se sofrer sanções, e a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) não consegue produzir de forma rápida o suficiente para compensar”, diz o economista Howie Lee, da OCBC.

— O mercado já vinha discutindo a possibilidade de o barril superar a marca dos US$ 100 com o aumento da tensão entre a Rússia e os países do Ocidente. Analistas não questionavam mais “se” o petróleo chegaria a US$ 100, mas “quando”.

— Nesta semana, relatório da agência de classificação de risco Moody’s relativizou o peso da tensão geopolítica pela escalada dos preços. Para a agência, ela é resultado sobretudo da falta de investimentos na produção, que sofreu baques com a pandemia de Covid-19.

— A Moody’s avalia que a escalada de preços em 2022, com valorização de mais de 20% até esta quinta, é fruto de um mercado “apertado”, com crescente demanda, incerteza sobre oferta adicional e capacidade de produção ociosa limitada.

— No domingo (20/2), o ministro da Energia da Árabia Saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, disse que focar apenas em fontes renováveis foi um erro e que o mundo pode não ser capaz de produzir toda a energia necessária para a recuperação econômica da pandemia de coronavírus.

— A Opep+ vem sendo pressionada, principalmente pelos EUA, para aumentar seus volumes e, assim, reduzir a pressão sobre os preços. O cartel, porém, mantém sua decisão de ampliar a oferta gradualmente, em 400 mil barris diários por mês.

— O ministro do petróleo do Iraque, Ihsan Abdul Jabbar, afirmou que “para o benefício de todo o mercado de energia, a Opep+ deve permanecer com o acordo atual contínuo e sustentado”.

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PLs dos combustíveis só depois do Carnaval Foi adiada pela segunda vez a votação do PLP 11/20, que trata do ICMS sobre os combustíveis, e do PL 1472/2021, que cria um fundo de estabilização de preços, no Plenário do Senado Federal. O presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), disse que vai pautar os projetos para o dia 8 de março.

— O novo adiamento foi resultado de uma mobilização dos secretários de Fazenda de vários estados junto a senadores. E também de uma preocupação do relator dos dois PLs, senador Jean Paul Prates (PT/RN), de que o projeto do fundo de estabilização – que propõe uma política de preços dos combustíveis – fosse preterido.

— Para diminuir a resistência ao PL 1472/21, o relator retirou do texto a criação de um imposto sobre a exportação de petróleo para o fundo. A nova tributação desagradava o governo e o mercado.

— Com a retirada do novo imposto, Rodrigo Pacheco indicou que é favorável à aprovação dos dois projetos, incluindo o PL 1472.

Petrobras tem lucro recorde de R$ 106 bi A Petrobras anunciou nessa quarta (23/2) lucro líquido recorde de R$ 106,668 bilhões em 2021. O resultado é 15 vezes superior ao de 2020. A empresa propôs mais uma distribuição de dividendos, de R$ 37,3 bilhões, a ser paga em maio, informa o Valor.

— A remuneração aos acionistas pelos resultados atingidos no ano passado somará R$ 101,4 bilhões, o maior patamar da história da petroleira. A União, controladora da empresa, ficará com cerca de um terço desse montante.

— No quarto trimestre de 2021, o lucro líquido da Petrobras foi de R$ 31,5 bilhões, 47,4% menor que o de igual período em 2020. Na ocasião, o resultado foi inflacionado pela reversão de impairments. Em relação ao 3T21, o resultado foi 1,2% superior.

— As receitas líquidas totalizaram R$ 134,19 bilhões no 4T21, alta de 79% na comparação com igual período de 2020. No acumulado de 2021, as receitas somaram R$ 452,668 bilhões, 66,4% a mais que no ano anterior.

— O lucro líquido recorde da Petrobras em 2021 foi o maior registrado por empresas de capital aberto no Brasil, segundo levantamento elaborado pela plataforma Economatica a pedido do g1. A petroleira já liderava o ranking desde 2019, quando registrou lucro líquido de R$ 40,1 bilhões.

ANP suspende chamada pública do Gasbol A ANP suspendeu nessa quarta (23/2) a terceira chamada pública para contratação de capacidade no Gasbol, da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG). A suspensão é temporária e atende a um pedido de impugnação da Sulgás, distribuidora do Rio Grande do Sul. Foi aberto prazo de cinco dias para manifestação dos participantes da concorrência.

— Nessa quarta (23/2), a Comece Seu Dia mostrou que Petrobras, SCGás e Sulgás foram as vencedoras da chamada pública. Somente a Petrobras alocou capacidade de entrada: 19,858 milhões de m³/dia. A petroleira também conseguiu 23 milhões de m³/dia de capacidade de saída.

— A SCGás conseguiu 3,430 milhões de m³/dia de capacidade de saída em quatro produtos em Santa Catarina. E no Rio Grande do Sul, a Sulgás alocou 2,893 milhões de m³/dia de capacidade de saída.

— A terceira chamada pública do Gasbol seria realizada em 2021, mas foi adiada para este ano. Seu objetivo é contratar capacidade de transporte entre 2022 e 2026.

Polícia faz ação contra furto em dutos da Transpetro Uma força tarefa policial realizou, nessa quarta (23/2), operação contra uma quadrilha especializada em desviar petróleo e combustíveis de dutos da Transpetro. Policiais civis e integrantes do Ministério Público foram cumprir dez mandados de prisão e 26 de busca e apreensão, em quatro estados: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Pernambuco. Até o início da tarde, oito pessoas foram presas. Agência Brasil

Comunicação de incidentes A Diretoria da ANP aprovou nessa quarta (23/2) a realização de consulta pública, por 45 dias, seguida de audiência pública, da proposta de revisão da Resolução nº 44/2009, que regulamenta a comunicação de incidentes nas atividades reguladas pela agência e o envio de informações sobre o resultado das investigações.

— São propostos prazos firmes para comunicação inicial, priorizando eventos de maior criticidade e gravidade, incluindo risco ao abastecimento de combustíveis. E pretende-se ampliar o prazo de envio do Relatório de Investigação de Incidentes, de 30 para 90 dias.

IPCA-15: energia elétrica acumula alta de quase 28% em 12 meses O preço de energia elétrica teve deflação de 0,82% em fevereiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), mas ainda acumula alta de 27,91% no resultado acumulado em 12 meses, de acordo com os dados divulgados nessa quarta (23/2) pelo IBGE.

— Houve deflação em sete das 11 regiões pesquisadas. A maior queda de preços ocorreu em Porto Alegre (-7,05%). Já Goiânia teve a maior alta (1,39%).

— No resultado acumulado em 12 meses até fevereiro pelo IPCA-15, as altas variam entre 17,36% de Belo Horizonte e 37,59% do Distrito Federal. Valor

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