Honeywell fecha contrato para biorrefinaria do ECB Group no Paraguai

Atualizada às 15h36

Projeto de biorrefinaria da Omega Green no Paraguai
Projeto Omega Green no Paraguai

A Honeywell fechou um contrato de serviços de tecnologia e engenharia para a planta de processo do Omega Green, biorrefinaria do brasileiro ECB Group, em desenvolvimento no Paraguai.

O desenho da planta de processo será feito em parceria com a consultoria Wood.

A biorrefinaria, que tem início de operação estimado para 2024, vai utilizar soluções da Honeywell UOP, divisão do grupo voltado para o mercado petroquímico e industrial – plantas de processo, catalisadores etc., para refino e processamento de petróleo e gás.

No Omega Green, a produção de biocombustíveis será baseada principalmente no processamento de óleos vegetais para combustíveis sustentáveis para aviação (SAF, na sigla em inglês), chamados também de querosene parafínico sintético (SPK) ou bioquerosene.

Além de diesel renovável ou verde, a partir de um ciclo que pretende ser autossustentável em termos de oferta de energia e hidrogênio, necessário para o hidrotratamento dos óleos vegetais (HVO).

A capacidade de produção projetada é de 20 mil barris por dia. Além dos biocombustíveis, as soluções empregadas na planta de processo preveem a saída de gás renovável e nafta.

“O projeto Omega Green contará com a mais recente e avançada tecnologia para o processo industrial, a partir de hidrogênio renovável, de diesel verde, do bioquerosene de aviação, além da nafta verde”, afirma Erasmo Carlos Battistella, CEO do ECB Group.

“Ter a primeira biorrefinaria na América do Sul é um marco importante e pode ajudar a atender essa demanda por recursos renováveis que continua a crescer globalmente”, diz José Fernandes, vice-presidente e gerente geral da Honeywell Performance Materiais e Tecnologias da América Latina.

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Agenda verde impulsiona negócios

Em entrevista para a epbr, em março, Battistella explicou que o Omega Green é reflexo direto da demanda do mercado por novos biocombustíveis – movimento que levou à assinatura de acordos de longo prazo para fornecimento de 4,5 bilhões de litros com a bp e a Shell.

“Aliado a isso, com a mudança de posição dos Estados Unidos, em função da eleição do presidente Biden, nós estamos percebendo que outras petroleiras globais estão super interessadas nessa agenda verde”, comentou o executivo.

O ECB Group tem o objetivo de se tornar neutro em emissões de carbono até 2030.

Recentemente, assinou contrato de compra de 300 mil toneladas anuais de óleo de reflorestamento, proveniente de árvores de pongâmia do grupo holandês Investancia. O negócio é válido até 2055.

A produção será feita no Paraguai, atualmente o maior local dedicado à cultura de árvores de pongâmia. Sua atual capacidade de produção anual de 1 milhão de árvores aumentará nos próximos 10 anos para um total de 50 milhões de árvores, em 125 mil hectares.

O óleo de pongâmia é uma aposta para reduzir a intensidade de carbono, sendo mais eficiente neste aspecto que outras matérias-primas disponíveis para produção de biocombustíveis.

No mês passado, a Petrobras e o ECB Group concluíram a operação de venda de 50% do capital da BSBios, que passa a ser 100% controlada pela RP Participações em Biocombustíveis, subsidiária do grupo liderado por Erasmo Battistella. O valor da operação totaliza R$ 322 milhões.

A BSBios é proprietária de duas usinas de biodiesel, uma no Rio Grande do Sul e a outra no Paraná, cada uma com capacidade de produção de 414 mil m³/ano.

O grupo registrou faturamento de R$ 5,2 bilhões em 2020, alta de 57,5% em relação ao ano anterior, com a marca de 755.154 m³ de produção de biodiesel.

Atualização: a biorrefinaria tem início de operação estimado para 2024. O texto original trazia a previsão incorreta e foi corrigido.

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