Combustíveis e Bioenergia

Governo à espera de uma proposta para o fim do PPI

Haddad evita comentar mudança em preços da Petrobras; falta uma “proposta concreta”; Lula: assunto ainda não chegou ao Planalto

Primeira reunião do CNPE do novo governo reuniu Lula e demais ministros, em março (Foto: Ricardo Stuckert/PR)
Primeira reunião do CNPE do novo governo reuniu Lula e demais ministros, em março (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

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Você vai ver aqui: Haddad evita comentar mudança em preços da Petrobras; falta uma “proposta concreta”; Lula: assunto ainda não chegou ao Planalto; Goldman Sachs vê viabilidade para preços de exportação, com ressalvas. Desconfiança com cortes da Opep+ ajuda a segurar preços.

A primeira etapa da reestruturação da PetrobrasHidrogênio com energia nuclear de Angra; e quase todos os brasileiros pessimistas com mudanças climáticas. Quer receber primeiro, por email? Assine gratuitamente aqui.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo, que ainda não foi apresentada uma proposta concreta para acabar com o PPI, o preço de paridade de importação da Petrobras.

— Evitou, assim, fazer qualquer comentário, inclusive, sobre efeitos fiscais — uma eventual redução dos ganhos do Tesouro Nacional com dividendos. “Ainda não foi apresentada nenhuma proposta (…) A gente vai se debruçar sobre uma proposta concreta”.

O presidente Lula foi na mesma linha: o PPI vai acabar, é uma promessa de campanha, mas a proposta não chegou ao Planalto. “A política de preços da Petrobras será discutida pelo governo no momento em que o presidente da República convocar o governo para discutir”, afirmou a jornalistas, na quinta (6/4).

— O ministro Alexandre Silveira (PSD), disse esperar da Petrobras uma discussão sobre o que ele está chamando de preço de competitividade interna. Ele mira a mudança no conselho da companhia, marcada para 27 de abril.

Viabilidade, com ressalvas. Analistas do Goldman Sachs calculam que a Petrobras teria fluxo de caixa e Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização por barril) positivos mesmo com política de paridade de exportação (PPE).

— O PPE levaria em conta o preço de produção e os custos de exportação. Na visão do Goldman, essa fórmula teria pouco efeito sobre a gasolina nas bombas, com impactos maiores sobre os preços do diesel.

— Os analistas lembram ainda que a eventual mudança reduz o espaço da companhia para manter o fluxo de caixa positivo ao aumentar investimentos, como deseja o governo.

Tributação do óleo. O que Haddad deixou claro, na semana passada, é que pretende enfrentar o que chama de “distorções” na tributação de exportação de óleo, segundo ele, causada pela venda de óleo abaixo dos preços reais. A Fazenda mira a MP dos preços de transferência, no Senado, para ampliar o poder de fiscalização dessas operações.

— De acordo com o ministro, que usou as petroleiras como exemplo, muitas empresas se aproveitam de uma manobra fiscal e “exportam para um paraíso fiscal” com o intuito de “pagar menos imposto no Brasil”. A MP pode ser votada na terça (11/4)

Desconfiança com cortes de produção. Investidores liquidaram posições em fundos baseados em óleo, destaca a Bloomberg. Movimento ocorreu após a promessa de corte de produção da Opep+, na semana passada, que fez os preços da commodity saltarem no mercado internacional.

— Segundo a publicação, há uma leitura que o choque vai prejudicar economias, como a dos EUA, reduzindo a demanda futura por óleo. Segundo a Reuters, a Saudi Aramco se comprometeu a manter as entregas para refinadores asiáticos em maio, quando começam os cortes.

O ponto é que o mercado desconfia do anúncio de redução da produção em 1,7 milhão de barris/dia prometido pelo grupo liderado por Arábia Saudita e Rússia. Sem clareza sobre o real efeito na oferta, fica a suspeita de o movimento ter sido apenas uma jogada geopolítica e para provocar ganhos de curto prazo.

O Brent é negociado a US$ 85 na abertura dos mercados nesta segunda (10/4). Saltou mais de 6% no início da semana passada, até sustentou parte dos ganhos, mas estabilizou.

Consolidação no shale dos EUA. A ExxonMobil manteve conversas, ainda informais, para comprar a Pioneer Natural Resources, focada na produção de óleo e gás no shale americano e com valor de mercado (market cap) de US$ 49 bilhões, segundo o WSJ.

— Ainda que preliminar, o interesse faz parte de uma tendência de consolidação na indústria responsável pelo grande crescimento da produção doméstica dos EUA, destaca o jornal.

TAG mapeia demanda por novos investimentos. A empresa vai lançar, nesta segunda (10/4), um mapeamento da demanda para subsidiar o seu novo plano de expansão, não apenas de ampliação da rede, mas também de conexões de novos pontos de suprimento ou consumo e reforço do sistema. (epbr)

Tolmasquim é indicado para diretoria da Petrobras. Ex-secretário executivo de Minas e Energia vai assumir área dedicada à transição energética. A indicação foi confirmada junto com a proposta de reestruturação da Petrobras.

— Em um artigo recente, Jean Paul Prates falou sobre sua visão para a companhia. Um destaque: o gás natural é “o combustível de transição para o hidrogênio”. E a Petrobras terá planos para converter “unidades de refino em bio-petro-gás refinarias”.

Vem mais. Prates também afirmou que essa é a “primeira etapa do ajuste organizacional” da companhia.

Europa prepara malha de gasodutos para hidrogênio. Enquanto o Brasil coloca a ampliação da malha de gasodutos no centro da política energética, para aumentar o uso do gás nacional, a Europa se prepara para uma nova onda de investimentos em infraestrutura — dessa vez para transporte do hidrogênio.

— A Rystad Energy estima que existem, hoje no mundo, 30,3 mil km de novos dutos do tipo planejados — 85% disso na Europa. (epbr)

Engie assina acordo de hidrogênio verde com Invest Paraná. Protocolo de intenções visa a desenvolver projetos de grande escala. Globalmente, a Engie quer implementar a produção de 4 GW de hidrogênio verde até 2030. (epbr)

Hidrogênio em Angra. A Eletronuclear, com Furnas e Parque Tecnológico de Itaipu estudam a viabilidade de produzir hidrogênio sem emissões de carbono a partir da energia nuclear e com eletrólise da água do mar.

Eólica e solar adicionaram 2,4 GW no Brasil no 1º trimestre. Juntas, as duas fontes representaram 87,6% da capacidade instalada no país, no período. A matriz elétrica brasileira, nos três primeiros meses de 2023, totalizou uma expansão de 2,7 GW — o dobro do crescimento verificado em igual período de 2022. (epbr)

Manter fósseis será mais caro que a transição energética, diz Elon Musk. De acordo com o presidente da Tesla, para que o mundo passe a usar fontes de energia totalmente limpas são necessários investimentos de US$ 10 trilhões. Mas a contínua dependência de combustíveis fósseis custaria cerca de US$ 14 trilhões. (Bloomberg)

Nove a cada dez brasileiros consideram que as mudanças climáticas vão afetar suas vidas, com eventos climáticos extremos nos próximos cinco anos. E quase todos, que será pior para os mais pobres. Pesquisa do DataFolha, que ouviu 2.028 pessoas entre 29 e 30 de março (Folha).

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