O governo dos Estados Unidos vão mirar companhias de navegação que estejam transportando mercadorias de países sob sanções norte-americanas. De acordo com o vice-secretário adjunto de financiamento e sanções dos EUA, David Peyman, o governo deve expandir sanções também sobre essas companhias, incluindo-as em lista negra. As informações são da agência Reuters.
Em visita a Londres nesta quarta-feira, 6, Peyman afirmou que autoridades norte-americanas têm mantido contato com companhias de navegação, mas frisou que se a prática de carregar navios com produtos alvo de sanções não cessar, “procuraremos aplicar total, agressivamente e consistentemente as sanções como um meio de mudar o comportamento de maus atores”.
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Washington já impôs sanções a empresas chinesas no final de setembro por suposto envolvimento no transporte de petróleo iraniano. A COSCO Shipping Tanker, subsidiária da estatal chinesa de navegação COSCO, foi uma das empresas afetadas.
O petróleo do Irã está sob sanção dos EUA desde 2018. Mas o país do Oriente Médio segue vendendo o combustível para compradores internacionais e dribla as sanções desligando localizadores de navios, misturando o combustível com óleo exportado do Iraque ou fazendo a transferência do combustível entre embarcações em águas abertas – a chamada operação ship to ship. Também sob sanção dos EUA está o petróleo da Venezuela.
Em outubro a Bloomberg publicou que as importações chinesas de petróleo provenientes de transferências ship to ship aumentaram desde setembro, depois que os fluxos de comércio de tradicionais fornecedores do mercado chinês foram afetados pelas agressivas políticas comerciais da Casa Branca.
o levantamento da agência apontava que cerca de 910 mil toneladas de óleo bruto desembarcadas em portos chineses não tinha origem clara naquele mês. O volume era três vezes superior ao registrado em agosto.
Operação ship to ship é suspeita de origem do vazamento de óleo no Nordeste
Uma eventual operação ship to ship em alto mar já foi apontada por autoridades brasileiras como a provável origem do vazamento de óleo que atinge o litoral do Nordeste desde agosto. A operação seria uma forma de driblar as sanções impostas pelos Estados Unidos. O presidente do Ibama, Eduardo Bim, disse no Senado que essa seria a causa mais provável do acidente.
Peyman, que manteve reuniões com autoridades marítimas europeias, disse que as companhias de frete marítimo vão respeitar as sanções quando entenderem os custos dessas operações, “incluindo ver seus negócios saindo do mercado “.
De acordo com a Reuters, a preocupação com cargueiros que infringem as sanções norte-americanas já elevou o preço do frete do petróleo a níveis recordes, acrescentando milhões de dólares no custo de cada viagem.
Peyman disse que as companhias de seguros e bancos devem verificar o histórico de navios que eles cobriram ou financiaram atrás de lacunas nos registros de viagens, como as gravações de GPS, o que pode indicar atividades ocultas.
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