A Secretaria de Agricultura do governo dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) definiu que a cota adicional de 80 mil toneladas de açúcar brasileiro que poderá entrar no mercado norte-americano com tarifa reduzida precisará ser importada até 31 de outubro.
A informação foi confirmado nesta terça (21) em comunicado da autoridade reguladora de comércio exterior dos Estados Unidos, o U.S. Trade Representative (USTR).
Ontem o presidente Jair Bolsonaro afirmou em rede social que a cota adicional seria “o primeiro resultado das recém-abertas negociações Brasil-EUA para o setor de açúcar e álcool”.
O governo brasileiro definiu que vai permitir a importação adicional de até 187,5 milhões de litros de etanol isentos de tarifa até dezembro. Ou seja, a vantagem tarifária ao produto norte-americano terá duração de pelo menos um mês a mais do que a anunciada contrapartida dos EUA ao etanol brasileiro.
A Secretaria de Agricultura dos EUA definiu o aumento do volume de açúcar importado com tarifa reduzida um dia antes da reunião da Camex, em 10 de setembro. A ocupação da tarifa de açúcar, contudo, só foi anunciada hoje.
Ao todo, o Brasil terá direito a utilizar 80 mil toneladas da cota. A Austrália ficará com outras 11 mil toneladas.
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Com o novo volume anunciado, o Brasil terá direito a 310 mil toneladas de açúcar bruto de cana com tarifa reduzida a US$ 14 por tonelada nas exportações para os EUA. O volume representa menos de 2% das exportações brasileiras de açúcar. Acima da cota, o açúcar brasileiro exportado aos EUA paga US$ 337,92 por tonelada.
A renovação da cota de importação de etanol pelo governo brasileiro foi criticada pelo setor sucroalcooleiro e por parlamentares da esquerda à direita como uma medida desproporcional nas trocas comerciais entre os dois países. Mas foi defendida pelo chanceler Ernesto Araújo como uma garantia ao “conforto político” do presidente Jair Bolsonaro.
A fala, feita em reunião com parlamentarem no começo de setembro, e reproduzida pelo deputado Alceu Moreira (MDB/RS) à epbr, é uma referência à oportunidade de o governo brasileiro reafirmar seu alinhamento à gestão de Donald Trump, que concorre à reeleição em novembro, quando a vantagem ao açúcar brasileiro já estará extinta.
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