Consumo de etanol hidratado cai 17% no primeiro semestre

O abastecimento de combustível no Distrito Federal começa a ser normalizado. Marcello Casal jr/Agência Brasil
O abastecimento de combustível no Distrito Federal começa a ser normalizado. Marcello Casal jr/Agência Brasil

O primeiro semestre do ano registrou queda de 16,7% no consumo do etanol hidratado e de 11% do anidro. De janeiro a junho de 2020, foram consumidos 8,96 bilhões de litros de hidratado frente aos 10,76 bilhões de litros no mesmo período de 2019, e um total de 4,44 bilhões de litros de anidro adicionados à gasolina.

Os dados são da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e foram compilados pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica).

O consumo de etanol em junho deste ano foi 22,8% inferior na comparação com igual mês de 2019, somando de 1,33 bilhão de litros. Entretanto, mesmo com as quedas significativas contabilizadas no semestre, a Unica disse que o consumo do biocombustível vem se restabelecendo.

“Pelo segundo mês consecutivo, o volume demandado registrou crescimento de 5% em relação ao mês anterior”, afirmou a Unica, em nota.

Preços estáveis

De acordo com pesquisas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esta pequena reação nas vendas do bicombustível também ajudou a manter os preços  firmes ao longo de julho.

Em São Paulo, a média do etanol hidratado ficou em R$ 1,6368/litro, um pequeno recuo de 0,41%, na comparação com junho. Já o etanol anidro registrou um aumento modesto de 0,16%, com média de R$ 1,8566/litro no spot, segundo o Indicador CEPEA/ESALQ.

“Apesar do aquecimento no mês, a saída de etanol ainda esteve bem aquém do observado no período que antecede a pandemia de covid-19, mesmo com biocombustível mostrando competitividade frente à gasolina C no segmento varejista dos principais estados consumidores”, explicou o Cepea.

Além de São Paulo, os estados de Goiás, Mato Grosso e Acre foram onde o etanol, em julho, apresentou maior vantagem em comparação com a gasolina na hora de abastecer, segundo levantamento de preços médios da ANP.

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Exportação recorde de açúcar

Ainda de acordo com pesquisadores do Cepea, a sustentação das cotações do etanol não se deu somente pela recuperação da demanda, como também pelo enfoque das usinas na produção e exportação de açúcar.

Na primeira metade de julho, 47,94% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 35,99% registrados na mesma data de 2019.

No mês passado, também houve um aumento de 91,5% das exportações brasileiras de açúcar quando comparadas com o mesmo período de 2019. Foram 3,487 milhões de toneladas destinadas principalmente à China, segundo informou a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia na última segunda-feira (3).

O volume se aproxima ao recorde de embarques mensais de 3,5 milhões de toneladas, registrado em setembro de 2017.

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