Castello Branco defende política de preços e nega defasagem nas importações

O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Foto: Flávio Emanuel / Agência Petrobras
O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco. Foto: Flávio Emanuel / Agência Petrobras

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Editada por Gustavo Gaudarde
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O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, reforçou nessa terça (12) a intenção da companhia de não transferir imediatamente as oscilações do mercado internacional para o preço dos combustíveis domésticos.

— Ele citou a política de reajustes diários, implementada na gestão Pedro Parente, como um exemplo de erro na estratégia comercial da empresa.

— “Somos produtores de combustíveis, não somos tradings. Somos pacientes e agimos com frieza, reajustamos com [base em] preços internacionais e forças do mercado”, comentou o executivo, em entrevista ao Valor.

— Pedro Parente presidiu a Petrobras até a greve dos caminhoneiros de 2018. Pediu demissão quando o governo Michel Temer, diante da pressão, criou o programa de subsídio do diesel, interferindo no mercado.

— Segundo Castello Branco, as acusações de defasagem nos preços de combustíveis praticados pela Petrobras se baseiam em cálculos incorretos. O executivo alega que os valores calculados por associações de importadores não levam em consideração os custos reais da companhia.

— O executivo afirma que a diferença está na margem das companhias: o custo da Petrobras seria menor e essa eficiência reduziria a defasagem vista pelos agentes nos mercado. “Eles refletem os custos de terceiros, mas somos nós que sabemos os nossos custos”, diz ao Valor.

A Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) protocolou na semana passada um ofício no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) acusando a Petrobras de manter os preços de combustíveis abaixo dos praticados no mercado internacional. A defasagem também é apontada por diversas consultorias.

A Petrobras não reajusta os preços do diesel desde 29 de dezembro do ano passado, de acordo com informações publicadas no site da empresa. O combustível acumulou, ao longo de 2020, uma queda de cerca de 10%, em média.

— Ano passado, acompanhou desvalorização dos preços do petróleo provocada pela pandemia, com maior força no segundo trimestre, seguida de uma recuperação desde então, boa parte pelo acordo de controle da produção da OPEP.

O Brent atingiu uma máxima de 11 meses nessa terça (12), pouco abaixo da marca de US$ 57, impulsionado pelos planos da Arábia Saudita de limitar a oferta da commodity, que ofuscaram temores de que o aumento no número de casos de coronavírus em todo o mundo afete a demanda por combustíveis.

— O Brent fechou em alta de US$ 0,92, ou 1,7%, a US$ 56,58 o barril, após tocar o maior nível desde o último mês de fevereiro, de US$ 56,75. Já o WTI avançou US$ 0,96, ou 1,8%, para US$ 53,28 o barril.

— Por outro lado, a produção de petróleo dos EUA deve recuar em 190 mil bpd em 2021, para 11,1 milhões de bpd, segundo relatório da Administração de Informação sobre Energia (AIE) publicado nessa terça. É uma queda menor do que a esperada anteriormente, de 240 mil bpd. Investing.com, com Reuters

A DBO Energy, apoiada pela alemã RWE AG, negocia com a Petrobras a compra do polo de Golfinho, na parte offshore da Bacia do Espírito Santo, disseram duas fontes à Reuters. Uma pessoa envolvida no negócio disse que as partes estavam discutindo valores em dólares na faixa de nove dígitos.

— A norueguesa BW Energy estava entre as empresas que cogitaram uma proposta, mas não apresentou oferta vinculante, de acordo com outras duas fontes com conhecimento do assunto.

— Com sede no Rio de Janeiro, a DBO é composta por executivos brasileiros e noruegueses com experiência na operação de ativos maduros tanto no Brasil quanto no Mar do Norte, de acordo com o site da empresa. Ela lista a RWE Supply & Trading, um braço da RWE, como investidor.

— Golfinho foi um dos últimos grandes ativos de produção que a Petrobras colocou à venda antes de a covid-19 atingir o Brasil. Produzia 14.900 barris de óleo e condensado por dia, de acordo com os documentos do processo de investimento, de janeiro de 2020. Terra, com Reuters

Produção em 2025.  A ANP prevê um crescimento gradual da produção nos próximos anos, alcançando 571,5 mil m³/dia (3,6 milhões de barris por dia) de petróleo e 173,2 milhões de m³/d de gás natural em 2025.

— Representa uma alta de 23% em relação a 2021, no caso do petróleo, e de 34% no do gás. Para este ano, a projeção de produção de petróleo é de 463,96 mil m³/d (2,9 milhões de bpd) e a de gás, de 129,17 milhões de m³/d.

— A maior parte do investimento das petroleiras será destinada à perfuração, embora a projeção seja de queda ao longo dos anos. Em 2021, o investimento será de R$ 12,5 bilhões; passa para R$ 12,77 bilhões em 2022; e permanece em queda até 2025, alcançando R$ 4,68 bilhões.

— Em contrapartida, a desativação de campos irá crescer. O total investido nesse segmento vai passar de R$ 5 bilhões para R$ 5,7 bilhões até 2025. Quase a totalidade desse dinheiro vai ser colocada em campos marítimos, de acordo com a ANP.

— Nos próximos anos, a Petrobras e outras petroleiras vão avançar com a produção no pré-sal. Novas plataformas devem entrar em operação, sobretudo nos campos de Mero e Búzios. Deste ano até 2023, mais oito unidades vão ser instaladas no país, segundo a ANP. Estadão/Broadcast

Ex-Shell no comando da Galp O engenheiro Carlos Gomes da Silva renunciou aos cargos de vice-presidente do Conselho de Administração, presidente executivo e demais cargos de administração na Galp. O executivo Andy Brown foi escolhido para assumir essas posições a partir de 19 de fevereiro, mas sua nomeação precisa passar pelo aval dos conselheiros.

— Brown atua há 35 anos no mercado de energia, com passagem em várias funções de gestão na Royal Dutch Shell, onde foi diretor de Internacional Upstream (2012) e diretor de Upstream (2016). Em 2019, foi vice-presidente na SBM, depois consultor sênior na McKinsey, na JMJ e na ZeroAvia, uma start-up de hidrogênio e células de combustível para aviação, informou a Galp. epbr

Eólica. A AES Brasil assinou nessa terça (12/1) um memorando de entendimento com a Ferbasa, produtora de ferro-ligas, para fornecer 80 megawatts médios pelo prazo de 20 anos, com entrega de energia a partir de 2024. O acordo prevê o desenvolvimento de um parque eólico no complexo Cajuína, no Rio Grande do Norte. A construção deve começar ainda este ano. R7, com Reuters

Demanda por bens industriais cresce. O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), registrou alta de 2,3% em novembro de 2020, na comparação com outubro e também com igual mês de 2019. O indicador mede a demanda por bens industriais, definida como a produção industrial interna não exportada (bens nacionais), acrescida das importações.

— No acumulado de 12 meses até novembro, porém, os números continuam negativos. Enquanto o Indicador Ipea recuou 6,9%, a produção industrial registrou queda de 5,2%, de acordo com a Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Maior inflação desde 2016. Pressionado pelos preços dos alimentos, o IPCAfechou 2020 em 4,52%, acima do centro da meta para o ano, de 4%. É a maior inflação anual desde 2016, quando o índice ficou em 6,29%. G1

Lava Jato A Polícia Federal apreendeu, nessa terça (12/1), obras de arte, carros de luxo e um helicóptero ao cumprir mandados de busca e apreensão pela 79ª fase da Operação Lava Jato, que investiga pagamentos de propina na Transpetro e operações de lavagem de dinheiro.

— Foram expedidos pela 13ª Vara Federal, de Curitiba (PR), três mandados no Rio de Janeiro, dois em Brasília, dois em São Luís (MA), dois em São Paulo e um em Angra dos Reis (RJ). Os mandados foram cumpridos nos endereços de Márcio Lobão e Edison Lobão Filho, filhos do ex-ministro de Minas e Energia Edison Lobão, que não foi alvo da operação dessa terça.

— As ordens judiciais visavam apreender mais de 100 obras de arte dos investigados. Em São Luís, foram apreendidos carros de luxo e um helicóptero.

— Os crimes investigados aconteceram entre 2008 e 2014, segundo a PF, com pagamento de R$ 12 milhões em propinas. As investigações apontam que a propina era paga em espécie, e a lavagem do dinheiro acontecia por meio da compra de obras de arte e imóveis. G1

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