O presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou nesta quarta (30, que espera ver oito novos agentes no setor de refino do Brasil com a venda das refinarias da companhia. A Petrobras está vendendo seis refinarias de médio e grande porte, a Six (óleo de xisto) no Paraná e a Lubnor, no Ceará.
Em apresentação na OTC Brasil 2019, Castello Branco voltou a dizer que o programa de desinvestimento da Petrobras vai permitir a criação de uma indústria mais forte no país.
De acordo com dados da ANP apresentados por ele, a demanda por energia no Brasil crescerá 34% nos próximos 20 anos, até 2040, enquanto a demanda por petróleo deve subir um pouco acima dessa margem, subindo 38%, levando o combustível a participar com 51% do fornecimento de energia.
O executivo defendeu que o Brasil é um fornecedor global de energia, com muitos ativos de interesse internacional.
Falando sobre o cenário global, ele afirmou não saber se haverá um pico de demanda nos próximos anos. “Eu acredito que, naturalmente, teremos um aumento lento da demanda por óleo”, que deve crescer mais lentamente do que o PIB mundial, a uma taxa de 1% ao ano, enquanto a demanda geral por energia deve crescer a 1,2% ao ano até 2040.
Reafirmou que o patamar de preço do barril de petróleo em US$ 100 “ficou para a história”. Na sua análise, “a indústria de petróleo nesse cenário não estará mais protegida”, exigindo dos atores maior eficiência e redução de custos.
Segundo o executivo, a competição global no mercado de fornecimento de energia vai aumentar, o que exigirá que a transformação das companhias do setor.
Na #OTC , presidente da @petrobras , Roberto Castello Branco, inicia seu discurso afirmando que o Brasil é hoje um fornecedor global de energia #otcbrasil2019 pic.twitter.com/JyjVc6l9TY
— epbr (@epbr) October 30, 2019
Petrobras não tem foco em renováveis no curto prazo
Na apresentação, Castello Branco desenhou um cenário positivo para o futuro das energias renováveis, que devem crescer “até o patamar de 20% da demanda global por energia primária”. Mas frisou que a Petrobras “não tem planos para investir em renováveis no curto prazo”.
“Nossa explicação é que não temos competência para essa indústria”, afirmou, reafirmando mais uma vez que a Petrobras manterá o foco no pré-sal.
Para ele, demanda por petróleo, no entanto, permanecerá sólida, enquanto opções de energia limpa estão disponíveis para apenas 1/3 do consumo de óleo global. Nesse novo cenário, o presidente da Petrobras vê uma oportunidade para o crescimento do fornecimento de gás natural, que, diz, “está se tornando uma commodity global”.