Combustíveis e Bioenergia

Cade adia julgamento sobre venda da Reman para grupo Atem

Colegiado do órgão antitruste deve retomar julgamento no próximo dia 17 de agosto

RIO — O colegiado do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) adiou para 17 de agosto o julgamento da venda da Refinaria Isaac Sabá (Reman), em Manaus (AM).

A Petrobras assinou, há um ano, um contrato para alienação do ativo, por US$ 189,5 milhões, para o grupo Atem — que atua na distribuição de combustíveis na Região Norte.

O julgamento estava previsto para esta quarta-feira (3/8), mas foi adiado a pedido da conselheira Lenisa Prado.

A venda da Reman foi aprovada sem remédios pela Superintendência-Geral (SG) do Cade, apesar de a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) ter recomendado medidas vinculantes à conclusão do negócio.

A decisão da SG/Cade, contudo, “concluiu que a operação não gera incentivos ao fechamento de insumos” e, portanto, “não serão vinculados remédios à aprovação”. A ANP não recorreu da decisão.

Na semana passada, o Departamento de Estudos Econômicos (DEE) do Cade concluiu que há cenários possíveis que levarão a uma concentração mais elevada do que previamente constatou a SG/Cade. Mas sinaliza que o parecer está alinhado com a jurisprudência do órgão.

“(…) Entende-se que as escolhas adotadas pela SG em relação aos principais pontos de divergência analisados, parecem ser coerentes com a jurisprudência do Cade e adequadas ao caso”, cita o DEE.

Nessa cobertura:

A operação enfrenta forte oposição das distribuidoras que atuam na região Norte. Fogás, Equador, Ipiranga e Raízen entraram com recursos contra a venda da refinaria.

Na semana passada, a Fogás voltou a se pronunciar e reforçou a proposta de garantia do livre acesso ao terminal aquaviário da Reman — incluindo a tancagem e os dutos — em condições não discriminatórias e mediante o pagamento de remuneração, por sete anos.

A distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP) justificou o pedido devido ao “cenário de dependência” da Reman e a estimativa de que um investimento novo em infraestrutura portuária “certamente demoraria pelo menos sete anos para ser viabilizado.”

Essa proposta, conceitualmente, foi apresentada pela ANP. E rebatida pela Atem e desconsiderada pela SG/Cade.

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