De acordo com o 4º Levantamento da safra 2019/2020 de cana-de-açúcar, divulgado nesta quinta (23) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil produziu 35,6 bilhões de litros de etanol, provenientes da cana-de-açúcar e milho. É um recorde histórico e acréscimo de 7,5% em comparação à safra anterior, confirmando a estimativa feita pela Unica, na semana passada.
O boletim aponta que a estimativa de produção total de etanol a partir da cana-de-açúcar é de 34 bilhões de litros, um aumento de 5,1% sobre a safra passada. Já a produção total de etanol à base de milho mais que dobrou, apresentando um incremento de 107,4%. Saiu de 791,4 milhões de litros em 2018/19 para 1,6 bilhão de litros nesta temporada.
O etanol anidro da cana-de-açúcar, que é utilizado na mistura com a gasolina, teve aumento de 8,5%, alcançando 10,1 bilhões de litros. O anidro extraído do milho alcançou 390,7 milhões de litros, 66,8% superior à temporada passada. O total de etanol hidratado de cana-de-açúcar deve ficar em 23,9 bilhões de litros, incremento de 3,7%. Enquanto o que deriva do milho alcançará 1,25 bilhão de litros, 124,5% a mais em comparação a 2018/19.
Superávit pelo segundo ano seguido
O Brasil apresentou, pelo segundo ano consecutivo, superávit na balança comercial de etanol. Foram 238,57 milhões de litros, que representaram US$ 286,06 milhões superavitários.
As exportações brasileiras do combustível alcançaram um volume de 1,9 bilhão de litros na safra 2019/20, registrando um crescimento de 6,2% na comparação com a temporada anterior.
Na safra 2018/19 houve um superávit de 273,89 milhões de litros, após o déficit de 28,14 milhões de litros na safra 2016/17 e de 289,95 milhões de litros na safra 2017/18.
A Conab acredita numa tendência do crescimento da participação do milho na produção de etanol. Segundo o boletim, há uma previsão de acréscimo no investimento para unidades de produção que operem com cana-de-açúcar e milho (unidades do tipo flex), assim como para unidades do tipo full, que utilizam apenas o milho para a fabricação do biocombustível.
“Há um avanço considerável na construção de novos empreendimentos, bem como no estudo para implantação de suas capacidades atuais. A ampliação desse cenário deve se estender para outros estados nas próximas safras”.
O incremento se dará especialmente nas regiões em que a produção do grão já é relevante, como Mato Grosso, Goiás, São Paulo, Paraná e Rondônia.
Os levantamentos para esse estudo, normalmente feitos por meio de visitas a todas as unidades de produção, foram realizados pela Conab, excepcionalmente, por telefone e e-mail, para atender as orientações da Organização Mundial de Saúde (OMS) e também do governo federal, para combate à pandemia de covid-19.
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Setor aguarda decisão do governo sobre pacote de socorro
A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, conta que será possível anunciar as medidas do governo federal para o setor sucroalcooleiro até sexta (24). Discussões estão em curso com o Ministério de Minas e Energia (MME) e BNDES, que depende do Ministério da Economia.
“Entre amanhã e depois a gente tem uma sinalização exata do que vai ser feito”, afirmou ontem em conferência do Credit Suisse.
Tereza Cristina já havia dito que a isenção temporária dos tributos federais é um assunto pacificado no governo federal. O que se discute é a elevação da CIDE sobre a gasolina, para elevar a competitividade do etanol hidratado, que concorre nas bombas.