Biocombustíveis

Brasil e Índia assinam declaração para cooperação em biocombustíveis e mineração

Acordo estabelece estímulos para a produção de combustíveis renováveis, com foco no desenvolvimento da cadeia do SAF

Ministro Alexandre Silveira e ministro do Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep S. Puri
Ministro Alexandre Silveira e ministro do Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep S. Puri | Tauan Alencar/MME

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o ministro de Petróleo e Gás Natural da Índia, Hardeep S. Puri, assinaram uma declaração conjunta para reforçar as relações e a colaboração entre os dois países nas áreas de energia e mineração. O acordo foi assinado neste sábado (21/9), em Brasília.

Na declaração os países concordaram com a intenção de sediar uma reunião ministerial Índia-Brasil sobre cocção limpa, em fevereiro de 2025, para debater caminhos para melhorar o acesso ao cozimento limpo.

Em ambas as nações há um programa de subsídio para a compra do gás de cozinha, assim como uma preocupação de saúde pública quanto ao uso de lenha e outros combustíveis.

Outro ponto da declaração diz respeito aos combustíveis renováveis. Atualmente, Brasil e Índia ocupam a segunda e terceira colocação no ranking mundial da produção de biocombustíveis, atrás apenas dos Estados Unidos.

Os dois países esperam alavancar a infraestrutura existente de produção de etanol e biodiesel a partir do crescente mercado de combustível sustentável de aviação (SAF) e o vasto potencial de matérias-primas.

As partes destacaram a importância do estabelecimento de padrões internacionais, como os critérios de sustentabilidade definidos no âmbito do Esquema de Compensação e Redução de Carbono para a Aviação Internacional (CORSIA/ICAO), e reforçaram o princípio da neutralidade tecnológica no que diz respeito ás diferentes rotas produtivas e matérias-primas utilizadas na produção de SAF.

Brasil e Índia também concordaram em alavancar a produção de etanol de todas as fontes, promover o intercâmbio de tecnologia e compartilhar experiência regulatória de SAF.

Os dois países fazem parte da Aliança Global para Biocombustíveis (GBA, na sigla em inglês), junto a outros 19 países e 12 organizações internacionais.

A declaração destaca ainda que os dois países se comprometem a iniciar um debate sobre a cooperação no domínio dos minerais críticos e das suas cadeias de valor.