Biocombustíveis

Vivo inaugura usina de biogás em Santos em parceria com o Grupo Gera

Empresa de telefonia encerra o ano com 21 usinas de geração distribuída, outras 62 entrarão em operação ao longo de 2022

Vivo inicia operação de usina de biogás em Santos, no litoral paulista. Na imagem: Usina da Vivo instalada em uma área de 1.490 m2, junto ao aterro Terrestre Ambiental, utilizará entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano – cerca de 50% (Foto: Divulgação)
Usina da Vivo instalada em uma área de 1.490 m2, junto ao aterro Terrestre Ambiental, utilizará entre 2.500 e 5.000 Nm³/h de biogás com alto teor de metano – cerca de 50% (Foto: Divulgação)

A Vivo inaugura neste mês de dezembro, em Santos, sua primeira usina de geração distribuída a biogás no estado de São Paulo. Construída em parceria com o Grupo Gera, a usina está instalada em uma área de 1.490 metros quadrados, junto ao aterro Terrestre Ambiental. 

Desde 2018, o consumo de energia da companhia passou a ser 100% renovável.

Para ampliar sua geração própria a partir de renováveis, 21, das 83 usinas do programa de GD previstas para todo o Brasil, já entraram em operação em diferentes regiões do país.

Os investimentos incluem fontes solar (61% da energia total prevista no projeto da empresa), hídrica (30%) e biogás (9%).

Juntas, as usinas já abastecem 7.450 unidades consumidoras e produzem 187.289 MWh/ano. Outras 62 usinas serão implantadas pela Vivo em 2022.

A usina do aterro Terrestre Ambiental utilizará entre 2.500 e 5.000 Nm³/h (normal metro cúbico por hora) de biogás com alto teor de metano (cerca de 50% em sua composição) para a geração de energia elétrica e créditos de carbono. 

Serão produzidos e injetados na rede da companhia de distribuição CPFL Piratininga 20.850 MWh/ano, energia capaz de suprir o consumo de mais de mil unidades da empresa, entre lojas, escritórios, antenas e equipamentos de transmissão.

Investimentos em renováveis

Em 2018, a companhia passou de um consumo de 26% de renováveis (obtidas no mercado livre e em GD própria) para 100% – por meio da aquisição de certificados de energia (I-RECs) de fonte eólica para os 74% restantes. Os I-RECs são certificados internacionais de renováveis (International Renewable Energy Certificates, em inglês).

Com isso, a empresa antecipou em 12 anos sua meta de consumo totalmente renovável, prevista para 2030. E reduziu em 70% as suas emissões de CO2 com relação a 2015. Desde 2019, a Vivo é também uma empresa neutra em carbono.

Na soma total, as instalações de GD da Vivo no Brasil responderão por 89% do consumo em baixa tensão, atendendo mais de 30 mil de suas unidades e produzindo aproximadamente 711 mil MWh/ano de energia –  o suficiente para o consumo de uma cidade de até 320 mil habitantes. 

Em outubro deste ano, a empresa inaugurou sua primeira usina de GD a partir do biogás, no estado do Rio de Janeiro. A planta, com capacidade de geração de mais de 11 mil MWh/ano, foi instalada em São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos.

5G aumentará consumo de energia

As empresas de telecomunicações no Brasil estão investindo na descarbonização de suas operações. A maioria foca no fornecimento de energia limpa e eficiência, já que o consumo de energia é a principal fonte de emissão do setor. 

Luciano Santos do Rego, diretor de Enterprise Business da Huawei Brasil, explica que com a chegada do 5G, a tendência para as operadoras do setor é de um aumento no consumo total de energia, podendo chegar ao dobro a depender de como será implementada.

Daí a necessidade de investir na geração própria de energia renovável, entre outras soluções para reduzir emissões de carbono.

“O grande desafio do setor de telecomunicações é fazer com que a implantação do 5G ocorra sem esse impacto do aumento do consumo de energia dentro das redes”, comenta.

Uma análise da Boston Consulting Group (BCG) aponta que o setor das TICs é agora responsável por 3 a 4% das emissões globais de CO2 — o dobro do nível do setor de aviação, por exemplo.

Na estimativa da BCG, para 2021 a utilização de dados móveis teria um crescimento global de 60% e a indústria poderia ser responsável por um recorde de 14% das emissões mundiais de CO2 até 2040. Dos quais,  90% das emissões viriam de atividades da cadeia de distribuição, como o consumo de energia.