A ExxonMobil anunciou nesta segunda-feira (14) que pretende cortar suas emissões entre 15% e 20% por barril de petróleo produzido até 2025, com base nas emissões registradas pela empresa em 2016.
A empresa também anunciou que pretende ingressar no programa Zero Routine Flaring by 2030, do Banco Mundial, quando empresas relatam publicamente a queima que produzem nas plataformas e se comprometem com o desafio global para eliminar o flaring.
Metas anunciadas pela ExxonMobil
- Cortar suas emissões entre 15% e 20% por barril de petróleo produzido até 2025
- Reduzir entre 40% e 50% as emissões de metano
- Reduzir entre 30% e 40% na queima de combustível nas suas operações globais
- Aderir ao Zero Routine Flaring by 2030
O CEO ExxonMobil , Darren Woods, afirmou que as metas são parte do objetivo da empresa de ser a líder global do setor também em metas de redução das emissões.
Recentemente, contudo, empresas como Equinor, Shell e bp anunciaram metas de neutralizar suas operações até 2050. As empresas estão apostando na eletrificação e na produção de energias renováveis para limpar seus portfólios de projetos.
“Respeitamos e apoiamos a ambição da sociedade de alcançar emissões líquidas zero até 2050 e continuamos a defender políticas que promovam soluções econômicas e baseadas no mercado para enfrentar os riscos das mudanças climáticas”, afirmou Woods .
A empresa pretende apoiar políticas para garantir a precificação do carbono e também o retorno dos Estados Unidos ao Acordo de Paris, compromisso de campanha do presidente eleito dos EUA, Joe Biden.
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Pressão dos investidores
O anúncio feito pela ExxonMobil vem em resposta à forte pressão dos investidores por uma mudança de postura da empresa. Na última quinta-feira, o Church Commissioners for England (Comissários da Igreja pela Inglaterra, em tradução livre) uniu-se às crescentes campanhas de investidores para exigir mudanças na ExxonMobil e apoiou os apelos para uma atualização do conselho e pelo desenvolvimento de uma estratégia para a transição para energias limpas da maior empresa de petróleo dos EUA.
No sábado (12), o European Investment Bank (EIB) informou que vai interromper o financiamento de combustíveis fósseis, incluindo o gás natural. O anúncio foi feito durante Cúpula da Ambição Climática da Organização das Nações Unidas (ONU) – da qual o Brasil não participou.
“Decidimos colocar o clima em tudo o que fazemos. Vamos parar de financiar energia produzida por combustíveis fósseis, incluindo gás natural, e vamos ser o primeiro banco multilateral a ser totalmente alinhado com o Acordo de Paris, até o final do ano”, afirmou o presidente do EIB, Werner Hoyer.
O governo do Reino Unido firmou o compromisso com o fim do apoio direto aos combustíveis fósseis no exterior. O país não financiará mais projetos de exploração e produção de petróleo, gás ou carvão pelo mundo.
Além da restrição de crédito para o setor de petróleo e gás e de carvão, o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, pediu que o mundo declare estado de emergência climática. Afirmou que as economias globais podem levar a um aumento da temperatura em 3,0ºC no fim do século, com efeitos catastróficos. O Acordo de Paris tenta conter o aquecimento em 1,5ºC até 2050.
No mês passado, após a eleição de Biden nos EUA, Guterres declarou que o tempo dos subsídios aos combustíveis fósseis acabou e que o mundo deve eliminar, gradualmente, o uso do carvão como fonte de energia e fixar um preço para o carbono.
No início do mês, conversamos com Paula Costa, executiva que atua há mais de dez anos como Chief Financial Officer (CFO) da Enauta. Ela explica como a pressão climática e a crise da covid-19 afetam os financiamentos do setor de petróleo e gás natural.
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