Biocombustíveis

Raízen anuncia construção de duas plantas de etanol 2G

Empresa investirá cerca de R$ 2 bilhões na expansão da oferta de biocombustível nos seus parques de bioenergia

Raízen anuncia construção de duas plantas de etanol 2G. Na imagem: Dutos e tanques de armazenamento de biocombustíveis imensos, na cor branca, com a inscrição "Raízen", na base de combustíveis em Rondonópolis, no Mato Grosso (Foto: Divulgação Raízen)
Com investimento calculado em cerca de R$ 2 bilhões, cada planta terá capacidade de produção de 82 mil m³ de etanol por ano (Foto: Divulgação)

BRASÍLIA — A Raízen, joint venture entre a Cosan e Shell, anunciou nesta quinta (12/5) a construção de duas novas plantas dedicadas à produção de etanol de segunda geração (E2G). A terceira e quarta plantas serão anexas aos parques de bioenergia Univalem, em Valparaíso (SP), e Barra, em Barra Bonita (SP).

Com investimento calculado em cerca de R$ 2 bilhões, cada planta terá capacidade de produção de 82 mil m³ de etanol por ano, adicionando uma capacidade anual de aproximadamente 164 milhões de litros de biocombustível.

O etanol de segunda geração é produzido a partir dos resíduos que são descartados do processo produtivo do etanol de primeira geração.

A Raízen é a única produtora no mundo a operar quatro plantas de etanol celulósico em escala industrial.

A primeira planta de etanol 2G da Raízen fica no Parque de Bioenergia Costa Pinto, em Piracicaba (SP), e está em operação desde a safra 2014-2015. A segunda está em fase de construção no Parque de Bioenergia Bonfim, também no estado de São Paulo.

As quatro plantas que deverão estar operacionais entre 2023 e 2024 terão uma capacidade total de aproximadamente 280 milhões de m³ por ano, dos quais 80% da capacidade das plantas já foram comercializados em contratos de longo prazo.

A companhia é proprietária da tecnologia que utiliza como insumo o bagaço da cana-de-açúcar, biomassa que é extraída do processamento da cana e produção do etanol de primeira geração e açúcar.

Considerado um biocombustível avançado, o E2G tem potencial para elevar em cerca de 50% a capacidade de produção de etanol da Raízen, sem necessidade de adicionar um hectare de terra e produzindo cada vez mais litros por tonelada de cana.

Além disso, a Raízen aposta no etanol 2G como um produto chave para outros fins além da mobilidade, com soluções para aplicação industrial — como matéria prima para a produção de plástico verde –, e combustíveis de aviação e marítimo.

Biogás nas usinas de etanol

A Raízen espera construir unidades de produção de biogás em todas as suas 35 usinas sucroalcooleiras, nos próximos dez anos. A expectativa da companhia é que as plantas sejam capazes de produzir três milhões de metros cúbicos diários (m³/dia) do combustível, a partir de resíduos da cana, como a vinhaça e a torta de filtro.

A ideia é viabilizar os projetos por meio da joint venture Raízen Geo Biogás S.A, fruto da parceria entre a empresa do setor de etanol com a Geo Biogás & Tech.

A CEO da Raízen Geo Biogás, Raphaella Gomes, conta que a estratégia da companhia para o biogás está focada na produção de biometano para substituição dos combustíveis fósseis em indústrias e veículos. A empresa espera se aproveitar da proximidade das plantas da Raízen com os gasodutos para facilitar a monetização.

“Temos uma visão clara de substituição de gás natural, diesel e GLP”, afirmou a executiva à agência epbr, durante evento promovido pela Geo Biogás & Tech, na semana passada, em Londrina (PR).