Até a última sexta-feira (9), a quantidade de créditos de descarbonização (Cbios) disponibilizada para comercialização na bolsa de valores B3 já correspondia a cerca de 50% da meta do Renovabio para 2021.
Segundo balanço do Observatório da Cana, no primeiro trimestre do ano, as produtoras de biocombustíveis registraram 12,1 milhões de Cbios. Deste total, 282.595 foram aposentados, restando mais de 11,8 milhões para serem negociados.
Em 2021, as distribuidoras de combustíveis terão que adquirir 24,8 milhões de Cbios, de acordo com as metas estipuladas pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), sem considerar aquisições por partes não obrigadas.
As metas de descarbonização são calculadas com base na proporção de combustíveis fósseis comercializados individualmente pelas distribuidoras.
A maior meta individual é da BR Distribuidora, de 6,550 milhões de CBios, seguida por Ipiranga (4,715 milhões) e Raízen Combustíveis (4,384 milhões).
O ano passado, o primeiro ano de comercialização dos créditos do Renovabio, foi marcado por turbulências, com revisão de metas, judicializações, dúvidas quanto à tributação e questionamentos do setor de distribuição.
O CNPE chegou a reduzir as metas em 50%. Mesmo assim, 35 distribuidoras de pequeno a médio porte não cumpriram suas obrigações e foram multadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Outro ponto de atenção foi a volatilidade do preço do Cbio e seu impacto no cálculo dos preços dos combustíveis.
Em 2020, os créditos de descarbonização foram negociados a um preço médio de R$ 44, chegando a superar os R$ 60 em outubro. Desde então os preços estão em queda, operando na casa dos R$ 30 no primeiro trimestre deste ano.
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