A União Brasileira do Biodiesel e Bioquerosene (Ubrabio) estima que serão adicionados 1,4 bilhão de litros de capacidade de produção do biocombustível em 2020. Além da necessidade de instalação de novas plantas, a tendência do mercado de biodiesel é diversificar as fontes de matéria-prima e desenvolver novas formas de produzir diesel renovável.
[sc name=”EspecialBiodiesel”]
Nesta semana, entrou em vigor a elevação da mistura obrigatória de biodiesel no diesel de petróleo para 12%, o B12, de acordo com o cronograma aprovado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
“Com a mistura mínima obrigatória B12, estimamos que em 2020 serão consumidos cerca de 7 bilhões de litros de biodiesel”, explica Donizete Tokarski, superintendente da Ubrabio.
A expectativa representa um aumento de cerca de 1 bilhão de litros na demanda deste ano, um crescimento de 17% em relação a 2019 e está alinhada com a previsão da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), presente no Plano Decenal de Energia (PDE) 2029.
[sc name=”adrotate” ]
“Nossa perspectiva é que um novo marco regulatório seja construído nos próximos anos para continuidade da evolução gradual de 1% ao ano (a.a) para que, a partir de 2024, entre o B16 e, sucessivamente, com crescimento de 1% a.a, alcancemos o B20 em 2028”, conta Tokarski.
Esse plano está previsto no projeto de lei protocolado esta semana por Jerônimo Goergen, que amplia o cronograma obrigatório de entrada biodiesel no mercado para 2028, com o 20% de mistura (B20).
De acordo com a Ubrabio, oito unidades de produção estão em processo de ampliação, para adicionar mais 600 milhões de litros/ano à capacidade total. Outras oito usinas estão sendo construídas, incorporando 1,9 bilhão de litros/ano”.
Tokarski acredita que, ainda em 2020, o total de incremento entre ampliações e novas unidades será de 1,4 bilhão de litros/ano, elevando a capacidade de produção anual para 11,4 bilhões de litros.
Esse volume é suficiente para atender a demanda projetada pela EPE em 2029, mas sem folga. No plano decenal, estimativa é que a capacidade atinja 13,7 bilhões de litros no período.
Novas fontes de matéria-prima
A busca por novas fontes de matéria-prima para produção de biodiesel também pode ser uma alternativa para atender essa demanda crescente. Pelo menos 77% da produção do biocombustível têm como fonte o óleo de soja. Para 2020, espera-se que sejam destinadas 9 milhões de toneladas de soja para produção de óleo, dos quais 53% serão destinados para a produção de biodiesel.
“Projetamos um leve aumento da ordem de 3% a 4% no uso óleo de soja no biodiesel brasileiro, em relação a 2019”, estima Erickson Oliveira, analista de mercado da consultoria Céleres.
Porém, para o analista, a relevância do grão tende a ceder espaço. “Parte do protagonismo da soja será suplantado pela gordura animal, ajudando a manter o setor competitivo”, explica. Atualmente, o sebo bovino é a segunda matéria-prima mais utilizada para a obtenção de biodiesel no Brasil.
[sc name=”adrotate” ]
Um dos exemplos é a JBS Biodiesel, braço energético da JBS, uma das líderes mundiais no processamento de proteína animal. A empresa é a maior produtora verticalizada de biodiesel a partir de sebo bovino no mundo, e possui duas unidades de produção.
“Para 2020, já temos aprovado investimento de R$ 13 milhões para modernização das nossas unidades produtivas em operação, localizadas em Lins (SP) e Campo Verde (MT)”, afirma o diretor da JBS Biodiesel, Alexandre Pereira.
O investimento vai permitir um incremento de aproximadamente 25% da capacidade produtiva atual. Em 2019, a JBS comercializou 274 milhões de litros de biocombustível, o que coloca o grupo entre os 20 maiores produtores de biodiesel do país.
A companhia está investindo R$ 180 milhões para construção de uma nova unidade, em Mafra, Santa Catarina, que utilizará gordura de frango e porco produzida na subsidiária Seara. “A nossa expectativa é muito positiva. O mercado de biocombustíveis vem crescendo de forma sustentável no Brasil”, acredita Pereira.
[sc name=”podcast” ]
[sc name=”newsletter” ]