A primeira quinzena da safra 2021/2022 de cana de açúcar, iniciada em abril, foi marcada pelo ritmo mais lento da produção em relação ao ciclo anterior. De acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), foram processadas 15,63 milhões de toneladas frente 22,5 milhões da safra 2020/2021, queda de 30,57%.
A produção de açúcar recuou 35,75%, totalizando 624,1 mil toneladas, enquanto a produção de etanol ficou em 730,5 milhões de litros, queda de aproximadamente 26% em relação à safra passada.
Segundo a Unica, o resultado é consequência de um número menor de unidades produtoras em operação neste início de safra.
“Nos primeiros quinze dias de abril, 147 unidades estavam operando, sendo 141 processadoras de cana-de-açúcar, cinco exclusivas de etanol de milho e uma usina flex. Na mesma data da safra 2020/2021, 180 unidades estavam em operação”, diz a associação.
Para a 2ª quinzena de abril, a entidade estima que outras 60 unidades devem iniciar a moagem no Centro-Sul.
Além da redução na moagem, o início da safra 2021/2022 registrou uma piora na qualidade da matéria-prima.
De acordo com a Unica, o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na primeira quinzena de abril atingiu 108,73 kg de ATR / tonelada de cana-de-açúcar, contra 112,81 kg por tonelada na safra 2020/2021 (-3,62%).
“O longo período de chuvas abaixo da média histórica tem prejudicado o desenvolvimento na lavoura e criou estímulos para que as usinas adiassem o início da safra. Muitas empresas planejavam começar em março, mas observamos um atraso médio em torno de 10 dias nessa programação” explica Antonio Padua Rodrigues, diretor técnico da Unica.
Já a produção a partir do milho teve avanço de 29,12% em comparação com o mesmo período do ciclo 2020/2021. Na primeira quinzena de abril, foram produzidos 111,43 milhões de litros ante 86,30 milhões de litros no ano passado.
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Mercado doméstico impulsionou vendas
Dados da Unica mostram que na primeira quinzena da safra 2021/2022, as unidades produtoras do Centro-Sul comercializaram 960,75 milhões de litros de etanol, registrando avanço de 19,53% em relação ao mesmo período da safra 2020/2021.
“O aumento ocorreu pelo crescimento da venda para o mercado doméstico, que totalizou 943,48 milhões de litros – alta de 23,11%. As exportações, por outro lado, retraíram em 53,75%, alcançando apenas 17,53 milhões de litros”, informa.
No mercado interno, o etanol hidratado teve avanço de 14,67% (650,5 milhões de litros) enquanto o anidro registrou alta de 47,15% (293 milhões de litros).
Preços avançam em São Paulo
Levantamento da CEPEA/ESALQ mostra que, entre março e abril de 2021, os preços do etanol hidratado e anidro acumularam aumentos 15,5% e 19,3%, respectivamente, no estado de São Paulo.
Entre 19 e 23 de abril, o etanol hidratado foi vendido em média a R$ 2,6747/litro no estado, alta de 3,46% frente à semana anterior.
Já o anidro (adicionado à gasolina) teve aumento de 4,15% no mesmo período, a R$ 3,0125/litro.
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