Em um cenário de 590 milhões de toneladas de cana de açúcar moídas na safra 2021/22, a produção de etanol de cana deve ficar em 25,8 bilhões de litros, uma queda de 2 bilhões de litros no ano, estima a S&P Global Platts Analytics.
A consultoria estima que parte dessa queda será compensada por um aumento de 731 milhões de litros na oferta de etanol de milho, o que resultaria em uma redução de 1,27 bilhão de litros na oferta total de etanol no Brasil em 2021.
A redução na oferta de etanol vem na esteira da queda na produção de açúcar e na moagem.
Atualização da S&P Global Platts Analytics de 26 de março indica que a produção de açúcar no Centro-Sul — cinturão canavieiro — na safra 2021/22 ficará em 35,6 milhões de toneladas, queda de 7% no ano. Já a estimativa para moagem de 590 milhões de toneladas ficou abaixo dos 606 milhões de toneladas da safra anterior.
Além disso, os produtores estão sendo incentivados a maximizar a produção de açúcar, com o mercado internacional pagando um prêmio alto pelo produto na comparação com o etanol, mostra o relatório.
Em 15 de abril, o preço do açúcar bruto em Santos fechou com alta de 6,64% na semana, e de 62,92% no ano.
O contrato de maio de açúcar na Bolsa de Nova York subiu 11,35% entre 1º de abril, primeiro dia oficial da safra 2021/22 do Centro-Sul, e 15 de abril.
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Desvalorização do real desestimula importação
Apesar da perspectiva de escassez doméstica, a Platts não vê o Brasil importando grandes volumes de etanol anidro (para mistura com a gasolina) em 2021.
“A forte desvalorização da moeda local em relação ao dólar americano manteve a arbitragem de importação dos Estados Unidos fechada desde agosto de 2020”, analisa.
Os analistas calculam que o etanol anidro importado dos EUA, incluindo a tarifa de importação de 20%, poderia chegar ao porto de Suape a R$ 4.761/m³.
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