B20

Mistura de 20% de biodiesel depende de articulação da cadeia, afirma diretor da Be8

Camilo Adas considera que o grande desafio no avanço do mandato do biodiesel é interligar toda a cadeia

LYON (FR) — A articulação da cadeia de transportes é importante para que a mistura do biodiesel no diesel possa chegar a 20% (B20), disse o diretor da Be8, Camilo Adas, em entrevista exclusiva à agência eixos durante o Energy Summit, na terça-feira (24/6), no Rio de Janeiro.

“Se todos os elementos dessa cadeia se articularem melhor, certamente a gente consegue chegar ao B20, até em B25, em um curto tempo”, afirmou.

Segundo Adas, o grande desafio no avanço do mandato do biodiesel é interligar toda a cadeia.

“(A articulação) depende de um ator central, no caso, o Ministério de Minas e Energia, que faz muito bem esse trabalho, juntando as partes para que esse debate avance”, afirmou.

A respeito do preparo dos motores para o aumento do mandato, o diretor afirma que há tecnologia.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) decidiu, nesta quarta-feira (25/6), retomar a partir de 1° de agosto a mistura de 15% de biodiesel (B15), que havia sido adiada no início do ano.

O atraso ocorreu pela pressão inflacionária sobre os combustíveis e alimentos, além da pressão do mercado de distribuição em meio a uma escalada nas fraudes do setor.

Desafio em projeto de SAF no Paraguai

Adas criticou a decisão do Corsia (do inglês, Carbon Offsetting and Reduction Scheme for International Aviation) de priorizar o uso de matérias-primas de 2ª e 3ª geração (resíduos e biomassa avançada, respectivamente) para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF, do inglês).

Segundo o executivo, o cenário impactou o desenvolvimento da biorrefinaria Omega Green, operada pela Be8 no Paraguai. A planta terá capacidade total de produção de 20 mil barris por dia e produzirá SAF, diesel verde (HVO) e green nafta.

“A gente mostrou, inclusive na IMO, na Organização Marítima Internacional, através de estudos do Instituto de Bioenergia da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), com a professora Glaucia Souza, que não existe essa competição, não existe prato ou tanque, é prato e tanque”, argumentou.

O diretor lembrou ainda que também é possível produzir combustível com o óleo de cozinha reutilizado, mas disse que o preço ainda é muito alto.

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