O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), refutou o argumento de que há competição de uso de commodities agrícolas para produção de biocombustível e produção de alimentos.
“Muita gente dizia que se fôssemos fazer biodiesel ia faltar alimentos no mundo. O Brasil não precisa desmatar para crescer. Não tem possibilidade de alguém fazer discurso de que biocombustível compete com alimento”, afirmou Lula, durante o evento ‘Combustível do futuro chegou: E30 e B15’, nesta quarta-feira (25/6).
Na cerimônia, o governo federal anunciou a elevação do porcentual mínimo de adição do biodiesel ao óleo diesel para 15% (B15) — adiada no início do ano e mantida em 14% — e do etanol na gasolina tipo C para 30% (E30) — atualmente em 27,5% — a partir de 1º agosto.
A medida foi deliberada em reunião extraordinária no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na manhã desta quarta-feira (25/6) com a participação de Lula.
O presidente afirmou ainda que está com voz rouca por causa de “excesso de discursos”.
Concorrência entre agro e óleo
Os aumentos nos preços dos combustíveis no mercado internacionais, após mais uma escalada na guerra de Israel no Oriente Médio, abriu uma janela para justificar a elevação das misturas obrigatórias.
A importação de biodiesel é vetada no Brasil, decisão política do governo Lula. E o etanol é majoritariamente produzido pelas usinas nacionais. Com isso, há uma redução da dependência importações de gasolina e diesel puros e mais caros que os entregues pela Petrobras.
Ante pressão de alta, agora os biocombustíveis servem como mitigação da pressão inflacionária externa, dado que o governo também conta que a Petrobras não vai aumentar os preços no curto prazo, repassando a volatilidade externa para as bombas brasileiras.
Com mais biodiesel e etanol anidro, haverá menos demanda para distribuidoras e importadoras independentes desembarquerem combustíveis mais caros nos portos brasileiros.
Com informações do Estadão Conteúdo.