Biocombustíveis

Lufthansa e Shell firmam acordo para fornecimento de 1,8 milhão de toneladas de combustível sustentável

Memorando de Entendimento prevê fornecimento de SAF para os anos 2024-2030

Lufthansa e Shell firmam acordo para fornecimento de 1,8 milhão de toneladas de SAF
A Lufthansa é atualmente o maior usuário de SAF na Europa (Foto: Divulgação/Lufthansa)

BRASÍLIA — Shell e o Grupo Lufthansa assinaram no início da semana um memorando de entendimento (MoU) para explorar o fornecimento de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) em aeroportos em todo o mundo.

As companhias pretendem firmar um contrato para um volume total de fornecimento de até 1,8 milhão de toneladas de SAF a partir de 2024, por um período de sete anos. É o maior compromisso relacionado a SAF de ambas as empresas até o momento.

Em nota, a Lufthansa afirma que a cooperação permitiria ao grupo promover maior disponibilidade e alavancar o crescimento do mercado do combustível que está no topo da lista das aéreas como solução de descarbonização.

O grupo é atualmente o maior usuário de SAF na Europa e pretende se posicionar entre as principais companhias aéreas do mundo no uso de querosene sustentável.

O MoU também ajuda na ambição da Shell de ter pelo menos dez por cento de suas vendas globais de combustível de aviação como SAF até 2030.

Biorrefinaria em Roterdã

Em setembro de 2021, a Shell anunciou a construção de uma biorrefinaria com capacidade para produzir 820 mil toneladas por ano de combustíveis sustentáveis em seu Parque de Energia e Química em Roterdã, na Holanda, a antiga refinaria Pernis.

Depois de construída, a instalação estará entre as maiores da Europa para produzir SAF e diesel renovável feitos a partir de resíduos e biomassa.

A unidade deverá iniciar a produção em 2024. Produzirá combustíveis de baixo carbono a partir de resíduos como óleo de cozinha usado, resíduos de gordura animal e outros produtos residuais industriais e agrícolas.

“Uma gama de óleos vegetais certificados sustentáveis, como óleo de colza, complementará as matérias-primas de resíduos até que [insumos] ainda mais sustentáveis e avançadas estejam amplamente disponíveis. A instalação não utilizará óleo virgem de palma como matéria-prima”.

O SAF poderá representar mais da metade da capacidade de 820.000 toneladas por ano, com o restante sendo diesel renovável, informou a empresa.

A estrutura poderá produzir diesel renovável suficiente para evitar a emissão de 2.800.000 toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, o equivalente a tirar mais de 1 milhão de carros europeus das estradas, nas contas da Shell.