Agendas da COP

Governo aponta margem para redução de renováveis na matriz

Meta anunciada na COP26 é menos ambiciosa que projeções do PDE 2030

Ministro Bento Albuquerque participa da COP26, em Glasgow (MME)
Ministro Bento Albuquerque participa da COP26, em Glasgow (MME)

Glasgow – Para o setor de energia, o governo brasileiro anunciou na COP26 objetivo de alcançar participação entre 45% e 50% de energias renováveis na matriz energética em 2030.

Segundo a projeção do Plano Decenal de Energia (PDE) 2030, aprovado em 25 de fevereiro, a participação das renováveis na matriz pode variar de 48% a 50% entre 2021 e 2030.

Os estudos são elaborados pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Participação de renováveis na matriz energética projetada no PDE 2030 (EPE, 2020)

O PDE 2030 foi concluído em 2020, antes da crise energética e hídrica e ainda não há dá dados consolidados sobre o impacto dos despachos termoelétricos para geração de energia. O PDE 2031 está em elaboração.

Para garantir o suprimento, foi preciso recorrer a mais queima de gás natural e cogeração com biomassa, mas também aumentar o despacho de usinas a óleo combustível, mais poluente.

“Para a oferta de eletricidade, o Brasil mantém a predominância da geração baseada em fontes renováveis (hidráulica, biomassa, eólica e solar), com o nível de renovabilidade de aproximadamente 90% ao longo do horizonte decenal”, diz o PDE.

As diretrizes para uma estratégia nacional para neutralidade climática do Brasil anunciadas durante a Conferência do Clima de Glasgow incluem metas para diversos setores, como energia, agropecuária, processos industriais e setor de resíduos.

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  • Zerar o desmatamento ilegal até 2028;
  • Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas e 30 milhões de hectares de pastagens degradadas até 2030;
  • Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na matriz energética;
  • Incentivar a ampliação da malha ferroviária;

A meta inclui o aumento da participação de biocombustíveis sustentáveis, incluindo o uso de biomassa na cogeração de energia e a expansão do consumo de biocombustíveis via RenovaBio. A expansão da oferta de etanol também é citada como uma diretriz brasileira.

Sem detalhes específicos de crescimento, o governo anunciou também a intenção de incentivar a fabricação e o uso de veículos elétricos e híbridos, incluindo-se veículos de carga.

Outra linha é a promoção de ganho de eficiência no setor energético e elétrico, ou o fomento do aproveitamento energético de resíduos, inclusive resíduos sólidos urbanos.

O governo citou ainda o objetivo de estabelecer o marco legal para tecnologia de captura e armazenagem de CO2, por meio ProBioCCS, eixo do Combustível do Futuro, programa coordenado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).