Ex-Petrobras Biocombustíveis, Rossetto confirma candidatura ao governo do Rio Grande do Sul

Ex-Petrobras Biocombustíveis, Rossetto confirma candidatura ao governo do Rio Grande do Sul

O ex-presidente da Petrobras Biocombustíveis Miguel Rossetto (PT/RS) confirmou nesta terça sua candidatura ao governo do Rio Grande do Sul. Em segundo lugar na disputa, Rossetto entregou na véspera do prazo final seu pedido de registro de candidato à Justiça Eleitoral.

O petista está em empate técnico na vice-liderança na corrida ao Palácio Piratini com outros três candidatos da oposição ao governo de José Ivo Sartori, que lidera com 17,5% da preferência do eleitorado. Rossetto tem 8,1% das intenções de voto, ao lado de Jairo Jorge (PDT), com 10%, Eduardo Leite (PSDB), 8%, e Luis Carlos Heinze (PP), 5,1%, de acordo com a sondagem do Instituto Methodus, divulgada pelo jornal Correio do Povo em 28 de junho. O empate se dá graças à margem de erro da pesquisa é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

O resultado, em linha com outras sondagens feitas por diversos institutos na mesma época, aponta que o candidato a chegar ao segundo turno contra Sartori tem grandes chances de conquistar a cadeira, derrotando o atual governador e mantendo a tradição gaúcha de não reeleger um único governador pelo voto desde de o fim do governo Borges de Medeiros, em 1928.



Isso porque Sartori é líder absoluto em rejeição. Ao todo, 44,7% dos eleitores gaúchos não votariam no atual governador de jeito nenhum. Em um eventual segundo turno, Rossetto venceria Sartori por 33,1% dos votos contra 29,7%.

Jairo Jorge, ex-prefeito de Canoas, derrotaria o governador por 38,1% de votos contra 26,5% do emedebista. Eduardo Leite, ex-prefeito de Pelotas, venceria o por 32,1% contra 27,4% de Sartori. E Luis Carlos Heinze, do PP, ganharia com 29,2% contra 27,1% do emedebista.

Rossetto liderou expansão da Petrobras Biocombustíveis no segundo governo Lula e foi denunciado por Cerveró na BR Distribuidora nos anos de Dilma

Miguel Rossetto presidiu a Petrobras Biocombustíveis por quase cinco anos, entre maio de 2009 e março de 2014. Empossado por José Sérgio Gabrielli, Rossetto afirmou em seu discurso de posse que a primeira meta da empresa sob sua gestão seria “aumentar a produção anual de biodiesel de 150 mil para 230 mil toneladas”, elevando a capacidade das usinas de Candeias (BA), Quixadá (CE) e Montes Claros (MG), além de implantar uma quarta usina no norte do país.

No mesmo ano, porém a Petrobras iniciou a aquisição de 50% de duas usinas da Indústria e Comércio de Biodiesel Sul, a BSBios, no Paraná e Rio Grande do Sul, operação que foi concluída em 201 ao custo de R$ 255 milhões. Dois anos depois, em 2013, Rossetto precisou defender a aquisição das usinas na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara, que investigava suspeita de superfaturamento na aquisição. O autor do pedido para audiência com Rossetto era o então deputado e hoje seu adversário na eleição, Luiz Carlos Heinze.

Em 2016, o ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou em delação que Rossetto teria atuado em 2013, quando presidia a Petrobras Biocombustíveis, para que a Copersucar se tornasse a única vendedora de álcool para a BR Distribuidora, atuando como uma espécie de intermediária entre as usinas e a distribuidora.

Sobre a denúncia, Rossetto e a Copersucar divulgaram notas negando as acusações. A jornalistas, o ex-ministro ainda disparou contra Cerveró: “é um vigarista, ladrão que acha que todo mundo age como ele”.

Também em 2016, a Petrobras iniciou a sua saída do ramo de biocombustíveis, começando por encerrar as atividades da usina de Quixadá em novembro daquele ano. Treze meses depois, a companhia iniciou a venda das duas unidas compradas da BSBios no Sul.

Fundador da CUT e do PT, Rossetto iniciou a vida política no sindicato dos metalúrgicos de São Leopoldo do Sul (RS). Como sindicalista, foi ainda presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias do Polo Petroquímico de Triunfo, entre 1986 a 1992. Rossetto foi o primeiro ministro do Desenvolvimento Agrário do governo Lula, ocupando o cargo por três anos de janeiro de 2003 até março de 2006. Depois voltou novamente à chefia do ministério no segundo mandato de Dilma Rousseff, entre março e setembro de 2014.

A pesquisa do instituto Methodus foi realizada com mil entrevistados entre 19 e 25 de junho. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número RS-05933/2018 e tem margem de erro de três pontos porcentuais para mais ou para menos, com intervalo de confiança de 95%.