JUIZ DE FORA — A participação do milho na produção de etanol no Brasil chegou a 20% em 2024, somando 7,55 bilhões de litros, segundo o Balanço Energético Nacional (BEN) de 2025, divulgado nesta semana pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
O avanço reflete a expansão da segunda safra do grão, especialmente no Centro-Oeste, onde as usinas operam o ano inteiro e diversificam a produção com subprodutos como ração animal e óleo, afirma a EPE.
A maior presença do milho no setor coincide com o reconhecimento da sua safrinha como insumo para o combustível sustentável de aviação (SAF) pela Organização da Aviação Civil Internacional (Icao, em inglês), o que pode ampliar a oferta brasileira desse combustível e inserir o país com mais peso no mercado global de soluções de baixo carbono para o transporte aéreo.
O etanol de milho também tende a ganhar fôlego com a adoção da mistura E30, que eleva para 30% a proporção de etanol na gasolina a partir de agosto. A expectativa da Empresa de Pesquisa Energética é que a nova proporção aumente a demanda e estimule investimentos superiores a R$ 10 bilhões no setor. Este ano, a produção a partir do milho pode atingir 23% do total nacional.
A ampliação do uso de biocombustíveis integra a estratégia do Ministério de Minas e Energia (MME) para reduzir a dependência de derivados fósseis, aumentar a segurança energética e contribuir com as metas brasileiras de descarbonização, segundo a EPE. Por ser uma fonte renovável, o etanol ajuda a mitigar emissões de gases de efeito estufa (GEE), além de diversificar a matriz energética.
O Balanço Energético Nacional reúne dados sobre a oferta e o consumo de energia no país. A edição de 2025 consolida as estatísticas referentes ao ano de 2024 e abrange atividades como extração de recursos energéticos, transformação, importação, exportação, distribuição e uso final da energia.
Desde 2004, a elaboração do BEN é responsabilidade da EPE, vinculada ao MME. O Relatório Síntese do BEN 2025 (ano base 2024) pode ser consultado no site da EPE.