Biocombustíveis

Endividada, Vibra se desfaz de negócio de biometano enquanto setor se prepara para mandato

Empresa sai do capital da ZEG Biogás, adquirida em 2022 dentro da estratégia de diversificação de portfólio da distribuidora

Vibra Energia começa a montar carteira de comercialização de gás natural para compra e de venda de molécula no mercado livre. Na imagem: Fachada da sede da Vibra Energia no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)
Fachada da sede da Vibra Energia no Rio de Janeiro (Foto: Divulgação)

A Vibra Energia anunciou nesta segunda (10/3) a sua saída do capital da ZEG Biogás, adquirida em 2022 dentro da estratégia da distribuidora de combustíveis de diversificar seus negócios, de olho na transição energética. 

A saída da ZEG ocorre num momento em que a indústria do gás natural se movimenta para cumprir o mandato do biometano previsto no Combustível do Futuro; e em que a Vibra, por sua vez, vê o seu endividamento crescer. 

Ao comprar 50% da ZEG em 2022, a companhia assumiu um compromisso de investimentos para acelerar o crescimento da produção de biometano.

A Vibra informou que deixará de ter a obrigação de aportar R$ 400 milhões na expansão da ZEG, o que reforça a disciplina na gestão de sua alocação de capital. 

Para encerrar sua presença na empresa de biogás, a Vibra aportará e capitalizará créditos de R$ 40 milhões na ZEG; e pagará R$ 20 milhões aos atuais acionistas da companhia, na proporção de suas participações.

A ZEG inaugurou a sua primeira planta de biometano em 2023, em Jambeiro (SP), com capacidade de 30 mil m3 /dia, e deve iniciar este ano as operações de sua segunda usina, em Aroeira (MG), de 15 mil m3/dia.

Foco na redução da dívida

A prioridade da companhia para 2025 é reduzir os investimentos e custos, para ampliar a geração de caixa e, assim, ter mais fôlego para pagar dívida.

A companhia encerrou 2024 com uma dívida bruta de R$ 19,9 bilhões –  23% a mais que o montante do fim de 2023.

No fim de fevereiro, durante apresentação dos resultados financeiros de 2024, o diretor financeiro da Vibra, Augusto Ribeiro, comentou que a empresa encara, hoje, um cenário mais desafiador, com custo de capital mais elevado.

E disse que a empresa mira para este ano, portanto, o crescimento com rentabilidade e um plano de investimentos mais próximo de R$ 1,5 bilhão – ante o patamar de R$ 1,8 bilhão de 2024.

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