Combustível sustentável de aviação

Empresa dos EUA deve investir R$ 2,3 bi na fábrica de SAF em Maringá (PR)

Unidade em Maringá usará etanol como matéria-prima e deve começar a operar em 2028; 80% da produção inicial será exportada, incluindo para companhias como a Ethiopian Airlines

Trabalhador conecta mangueira de caminhão tanque à compartimento na parte de baixo da asa de aeronave para abastecimento (Foto Divulgação EiDA)
Em termos técnicos, todas as aeronaves que utilizam querosene de aviação (Jet-A ou Jet-A1), podem ser abastecidas com mistura de SAF (Foto Divulgação EiDA)

A Satarem America Inc., empresa norte-americana de engenharia industrial especializada em soluções para os setores de cimento e energia, anunciou, na terça-feira (3/6), a intenção de construir uma fábrica de combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês) na cidade de Maringá (PR), em um investimento próximo a US$ 425 milhões (cerca de R$ 2,3 bilhões).

Inicialmente, o local vai usar como matéria-prima o etanol, informou em comunicado o vice-governador do Paraná, Darci Piana, que recebeu representantes da companhia.

De acordo com o CEO da Satarem America Inc., Jerome Friler, já foram realizadas partes dos estudos técnicos e o objetivo agora é finalizar a compra do terreno, que fica na divisão entre Maringá e Sarandi.

O processo de financiamento e envio da documentação necessária deverá seguir até meados de 2026. A partir daí, a construção da fábrica será imediata. Pela programação da empresa, o primeiro litro de SAF deve ser produzido em dezembro de 2028.

Boa parte do que para produção nesse primeiro momento será destinado à exportação, mas a intenção da Satarem é que uma parcela seja utilizada pela aviação local.

Uma segunda planta está nos planos, ampliando a capacidade de produção e, consequentemente, também o consumo de materiais-primas da região, como o biogás oriundo da atividade peculiar, por exemplo.

Um dos representantes da Satarem Brasil na reunião, Júlio Gabardo destacou a importância da legislação para trazer a empresa, que negociava com outros estados. “Alguns fatores trouxeram a empresa para cá.

Primeiro, a questão da logística adequada, próxima a um porto. Porque esse é um produto inicialmente voltado ao mercado externo. É um combustível que já está sendo negociado antecipadamente, com algumas companhias aéreas, a principal delas é a Ethiopian Air Lines“, explicou.

“Esse projeto é muito importante para nós. É o maior investimento feito pela nossa companhia, nesse momento, na América Latina. Maringá é um ótimo lugar para a produção da SAF, por causa da disponibilidade de etanol, estrutura e um bom acesso a meios de exportação, por rodovia e ferrovia até o porto de Paranaguá”, afirmou Friler.

O norte-americano fez questão de ressaltar que toda planta da empresa tem 50% de homens e 50% de mulheres, e que 30% são jovens.

“É mais uma empresa que vem trazer 800 empregos diretamente, outros 2 mil a 3 mil indiretos ao Paraná. E ela produz combustível de aviação, um produto que tende a crescer na medida em que as companhias aéreas têm obrigações mundiais de chegar em 2050 zerando as emissões de gases de efeito estufa.

Para isso, vai precisar usar todo o combustível que a SAF vai fazer em Maringá”, declarou o vice-governador.

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