Biocombustíveis

Emissões globais de energia avançam, mesmo com recordes de renováveis

Consumo total de energia primária chegou a 620 EJ, 2% acima do nível de 2022; cresceram também as emissões de gases de efeito estufa

Emissões globais de energia aumentam, mesmo com recordes de geração de energias renováveis. Na imagem: Bomba de petróleo para exploração onshore em um terreno descampado, com turbinas eólicas ao fundo (Foto: Michael/Pixabay)
US$ 0,7 trilhão precisam ser redirecionados anualmente para longe dos combustíveis fósseis (Foto: Michael/Pixabay)

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Editada por Nayara Machado
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O ano de 2023 foi de “recordes num mundo faminto por energia”, resume o Energy Institute na divulgação do seu mais recente Statistical Review. O consumo total de energia primária chegou a 620 Exajoules (EJ), 2% acima do nível de 2022, 0,6% acima de sua média de dez anos e mais de 5% acima do nível pré-Covid de 2019.

Cresceram também as emissões de gases de efeito estufa provenientes do uso de energia, processos industriais e queima de metano, a 2,1%, superando o recorde estabelecido em 2022.

De acordo com os analistas do instituto sediado no Reino Unido, foi a primeira vez na história que as emissões relacionadas à energia ultrapassaram o nível de 40 GtCOe, com as emissões do uso direto de energia ultrapassando inéditos 35 GtCO₂e.

O mundo está consumindo cada vez mais energia. A maioria dos mercados já retomou suas expectativas de crescimento de longo prazo pré-Covid e os problemas na cadeia de suprimentos deram um alívio no último ano.

Este cenário levou à recuperação do consumo de combustíveis fósseis, principalmente na China.

Globalmente, a demanda por petróleo bruto ultrapassou o nível de 100 milhões de barris por dia pela primeira vez na história e a demanda por carvão superou em 1,6% o recorde do ano anterior, alcançando 179 EJ.

O lento deslocamento dos fósseis

Por mais que o consumo de energia renovável tenha crescido a uma taxa seis vezes maior que a do consumo total de energia primária, o deslocamento dos fósseis ocorre a passos lentos.

A participação das renováveis no consumo total de energia primária atingiu 14,6%, um aumento de 0,4% em relação ao ano anterior – justamente o percentual que deixou de ser ocupado pelos fósseis. Se juntar a energia nuclear, fontes livres de carbono representaram mais de 18% do consumo total de energia primária.

Já o consumo de combustíveis fósseis representou 81,5% do consumo de energia primária.

Em 2023, o comércio internacional total de petróleo, gás e carvão foi 53% maior do que em 2000. Coletivamente, as regiões da América do Norte, Europa e Ásia-Pacífico consumiram 78% da energia total mundial em 2023.

Segundo o relatório, as emissões de CO2 provenientes da queima de fósseis aumentaram 7%, juntamente com as emissões de metano e processos industriais, que também foram 5% maiores.

Brasil e EUA impulsionam biocombustíveis

A produção global de biocombustíveis cresceu mais de 8% em 2023, com os maiores aumentos observados nos EUA, com 75 milhões de barris equivalentes/dia, e no Brasil (65 mboe/d), mostra o Energy Institute.

Na região da Ásia-Pacífico, a Indonésia foi responsável por cerca de 46% da produção, de 422 mboe/d.

No total, 54% de todo o volume de biocombustíveis para frota terrestre produzido foi de biogasolina, o que inclui etanol, e outros 46% de biodiesel.

EUA, Brasil e Europa foram responsáveis por cerca de três quartos de todos os biocombustíveis consumidos globalmente.

Cobrimos por aqui

Curtas

Baterias no setor elétrico

A CTG Brasil começa a construir no segundo semestre de 2024 um laboratório de armazenamento de energia em baterias conectado a uma pequena usina fotovoltaica de 500 kWp nas instalações da Usina Hidrelétrica Ilha Solteira, localizada no rio Paraná, entre os municípios de Ilha Solteira (SP) e Selvíria (MS).

Com investimentos de cerca de R$ 15 milhões, a intenção é desenvolver soluções com baterias para aumentar a flexibilidade de geração e estabilidade do sistema. Veja detalhes

Reciclagem de painéis solares

A Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara aprovou, na semana passada, o projeto de lei 998/2024, cria a Política de Incentivo ao Desenvolvimento da Logística Reversa de Painéis Fotovoltaicos, com previsão de fundos, linhas de crédito, sistemas de certificação e incentivos tributários específicos para a pesquisa, a inovação tecnológica e a implementação dos processos. (Agência Câmara)

Recursos para eficiência energética

A CME também aprovou projeto de lei que amplia os recursos que as companhias de distribuição de energia elétrica devem aplicar anualmente em programas de eficiência energética, como a troca de lâmpadas incandescentes por lâmpadas LED na iluminação pública. A proposta torna regra a destinação de 0,5% da receita para programas de eficiência. (Agência Câmara)

VLT com energia solar

Outra proposta aprovada na CME foi o PL 6.123/2019, que institui um programa de incentivo à geração de energia solar conectada a linhas de metrôs, trens e veículos leves sobre trilhos, trólebus (ônibus elétrico), entre outros sistemas de transportes sobre trilhos. Esses incentivos fiscais poderão ter validade de cinco anos. (Agência Câmara)

Capacitação gratuita

Nos dias 15 e 18/7, as cidades de Goiânia e Brasília receberão o programa de capacitação em armazenamento solar SolaXP, iniciativa da multinacional SolaX Power, que percorre capitais brasileiras para oferecer qualificação gratuita e presencial a integradores solares. Inscrições nos links Goiânia e Brasília