Nova geração de combustíveis

Copersucar registra recorde na movimentação de etanol e prepara atuação no mercado de biometano

Apesar de desafios climáticos e macroeconômico, Copersucar registra terceiro melhor resultado; grupo também planeja atuação em novos combustíveis

Copersucar registra recorde na movimentação de etanol e prepara atuação no mercado de biometano, afirma o presidente Tomás Manzano, na imagem (Foto Divulgação Copersucar)
Tomás Manzano, presidente da Copersucar (Foto Divulgação Copersucar)

BRASÍLIA — A Copersucar, grupo que atua no mercado global de açúcar e etanol, anunciou na terça (17/6) que registrou um dos melhores resultados de sua história na Safra 24/25 e está de olho nas oportunidades que se abrem com mandatos para novos biocombustíveis.

Entre eles, o biometano, onde a companhia espera agregar a produção de 2 a 4 milhões de m3 por dia, nos próximos dez anos.

Com receita líquida de R$ 62,3 bilhões (+15,3%), o lucro líquido de R$ 402 milhões (+43%) da safra atual foi puxado por recorde na exportação de açúcar e forte crescimento na distribuição de etanol, especialmente no mercado norte-americano, além de um forte desempenho da logística, que operou a plena capacidade.

“Mesmo em um contexto desafiador no clima e no ambiente macroeconômico, fechamos esta safra com o terceiro maior resultado da nossa história”, disse a jornalistas Tomás Manzano, presidente da Copersucar.

Manzano aponta que a safra 24/25 foi marcada por extremos climáticos que impactaram todo o setor da cana-de-açúcar, mas, ainda assim, a região Centro-Sul do Brasil alcançou a segunda maior moagem da história, com 622 milhões de toneladas.

Segundo a Copersucar, as usinas sócias ganharam participação de mercado pelo sétimo ano consecutivo, com moagem de 107 milhões de toneladas de cana, com quebra de 2,7%, bastante inferior à média da região Centro-Sul (-4,9%).

Foram comercializados 19,1 bilhões de litros de etanol no período, impulsionados por um crescimento de 23,4% nas vendas nos Estados Unidos.

O grupo atribui o resultado à entrada de novas destilarias parceiras (passando de 17 para 26) e o desenvolvimento de contratos exclusivos de longo prazo da Eco-Energy, que permitiram alcançar 15% de participação no mercado doméstico norte-americano de etanol.

Biometano, SAF e biobunker

A demanda global por novos combustíveis para descarbonizar o transporte pesado (caminhões, aviões e navios), a Copersucar também enxerga oportunidades para ampliar sua atuação.

Entre as possibilidades estão nos mercados de biogás/biometano e dos combustíveis sustentáveis para os setores aéreo (SAF) e marítimo (biobunker).

Segundo Mazano, o grupo já iniciou a estruturação de uma comercializadora para atuar nas operações de biometano no Brasil, cuja adição obrigatória ao gás natural está prevista para começar em 2026.

“Seguimos atentos para as oportunidades futuras em especial com o biogás e o biometano, segmento em que já começamos a estruturar uma comercializadora para capturar as oportunidades desse mercado emergente, que, em nosso entendimento, será transformador para o país”, afirma o executivo.

Ele observa que com preço competitivo em relação ao fóssil, o biometano produzido a partir dos resíduos da cana é um combustível com múltiplas possibilidades de aplicações, desde o transporte até a indústria, passando ainda pelos fertlizantes.

“O objetivo é, num prazo de cerca de 10 anos, a Copersucar agregar a produção de 2 a 4 milhões de m3 de biometano por dia. A operação deve seguir o mesmo modelo que a Copersucar tem em açúcar, etanol e energia elétrica: as usinas produzem e a companhia comercializa e distribui”, completa Manzano.

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