RIO — A Copa Energia, distribuidora de gás liquefeito de petróleo (GLP) criada a partir da junção das marcas Copagaz e Liquigás, espera começar a vender bioGLP no mercado, entre o fim de 2024 e início de 2025. A empresa desenvolve pesquisas em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), para definição das possíveis rotas tecnológicas para produção do combustível.
A expectativa da Copa é iniciar a comercialização para clientes chaves, em volumes ainda limitados. A pesquisa em curso vai ajudar a empresa, justamente, a tomar decisões sobre qual caminho seguir.
O bioGLP pode ser produzido a partir de óleo vegetal e resíduos agroindustriais e urbanos. A principal rota tecnológica de produção, no mundo, é o hidrotratamento de óleos vegetais (HVO). O BioGLP é obtido como coproduto da produção do diesel verde e SAF (combustível sustentável de avião, na sigla em inglês).
“Ainda não existe a produção de bioGLP no Brasil e nós, da Copa Energia, temos atuado estrategicamente para inserir esse produto no mercado brasileiro de forma pioneira”, destacou o diretor de Estratégia e Novos Negócios da Copa Energia, Cléber Hamada, em nota.
Copa quer identificar melhor rota para produção
O combustível, gasoso nas condições ambientes de temperatura e pressão, é uma solução drop-in – ou seja, pode ser substituído pelo GLP fóssil ou utilizado em conjunto em qualquer proporção e sem qualquer necessidade de alteração da infraestrutura existente.
As pesquisas com o bioGLP, segundo a empresa, já apresentam resultados preliminares como parâmetros de processo – rendimentos, consumos de matéria-prima e energia – para diferentes rotas de produção.
“Temos por objetivo identificar as melhores rotas de produção sustentável de bioGLP, levando em conta as especificidades logísticas, econômicas e de matérias-primas nacionais, usando técnicas de modelagem e otimização para tomada de decisão”, explicou o professor Moisés Teles, coordenador do projeto BioGLP na USP.
A Copa destaca que o preço do bioGLP ainda é mais caro que seus similares fósseis, mas que o avanço tecnológico tem permitido reduzir essa disparidade. Além disso, a solução renovável gera créditos de carbono como os CBIOS.
A parceria com a universidade paulista apoia um projeto de iniciação científica: dois de mestrado e um de doutorado. A pesquisa acontece no Hub de Energias Renováveis – espaço no campus principal da USP, em São Paulo, e que também poderá ser utilizado em pesquisas de outros projetos com a instituição na área.