Captura de carbono no solo

Atvos firma acordo com green tech francesa para projeto de biochar em Goiás

Com investimento de cerca de R$ 30 milhões, fábrica a partir de resíduos da cana terá capacidade de mais de 6,5 mil toneladas de biochar

Foto: Divulgação Atvos
Foto: Divulgação Atvos

A produtora de biocombustíveis Atvos anunciou nesta terça (23/9) a assinatura de um Memorando de Entendimento (MoU) com a green tech franco-brasileira NetZero para desenvolver um projeto-piloto de produção de biochar na cidade de Caçu (GO).

O que é biochar?

Produzido a partir da pirólise da biomassa, o biochar é um biocarvão usado para sequestrar carbono na atmosfera e aumentar a retenção de água e nutrientes no solo, entre outras aplicações agrícolas.

O projeto será desenvolvido na Unidade Rio Claro, que produz etanol e energia elétrica a partir da biomassa da cana-de-açúcar.

Segundo a Atvos, com investimento de cerca de R$ 30 milhões, a fábrica a partir de resíduos da cana terá capacidade produtiva de mais de 6,5 mil toneladas do insumo, que permite reter a umidade do solo e reduzir a aplicação de fertilizantes nas operações da companhia.

O começo das obras está previsto ainda para 2025, sujeito à aprovação dos órgãos reguladores, e início das operações no fim de 2026. 

“Além de melhorar a absorção de fertilizantes nas nossas operações, esse insumo tem potencial para sequestrar mais de 12 mil toneladas de dióxido de carbono da atmosfera por ano”, conta Bruno Serapião, CEO da Atvos.

Os primeiros testes em grande escala já estão sendo executados nas lavouras de cana-de-açúcar da usina.

Por ser um material altamente poroso, o biochar funciona como um sequestrador de carbono no solo quando aplicado no momento do plantio da cana-de-açúcar. O processo agrega valor à biomassa residual que, de outra forma, seria queimada para geração de energia ou decomposta naturalmente.

De acordo com Pedro de Figueiredo, co-fundador da NetZero e CEO no Brasil, a parceria com a Atvos marca o início da adoção do biocarvão no setor sucroenergético brasileiro — a tecnologia já é adotada na produção de café.

“É a primeira vez que um projeto de biochar industrial vai ser implementado com um grande player do setor sucroenergético. Esse projeto em Goiás, que tem todo o apoio do Governo do Estado, tem potencial de se tornar referência mundial em agricultura de baixo carbono e no combate às mudanças climáticas”, comenta.


Inscreva-se em nossas newsletters

Fique bem-informado sobre energia todos os dias