ROMA (IT) — A Acelen Renováveis começou a plantar macaúba em Cachoeira, no Recôncavo Baiano, para a produção de combustível sustentável de aviação (SAF) e diesel renovável (HVO). A empresa plantará, aproximadamente, 200 hectares (ha) da palmeira na fazenda-modelo Campinas. Ao todo, serão cultivados 1500 ha na região, que receberá mais de 800 mil mudas.
Em 2023, a Acelen assinou um Memorando de Entendimento com o governo da Bahia para produção de combustíveis renováveis. A empresa desenvolve projetos na Bahia e em Minas Gerais.
Segundo o COO da Acelen Renováveis, Marcelo Cordaro, a escolha de Cachoeira para o plantio foi motivada pela legislação e pelas condições agronômicas do terreno, além da proximidade com São Francisco do Conde, onde será construída uma biorrefinaria para produção de 1 bilhão de litros de combustíveis por ano.
“Nosso compromisso com a região é forte e já mostramos o impacto positivo da nossa chegada há três anos com a Refinaria de Mataripe. Agora, é a vez da Acelen Renováveis participar e apoiar o desenvolvimento de Cachoeira”, disse, em nota, o executivo. O projeto deve gerar cerca de 200 postos de trabalho na fazenda-modelo.
O plano é iniciar a produção de SAF e diesel renovável com óleo vegetal e gordura animal não comestível em 2027. Já a produção de combustíveis do óleo de macaúba deve ocorrer a partir de 2030.
Em fevereiro, a companhia anunciou a primeira extração de óleo em fluxo contínuo em escala industrial de macaúba no Acelen Agripark, centro de inovação tecnológica agroindustrial da companhia que está em construção na cidade de Montes Claros, em Minas Gerais. De acordo com a empresa, a planta tem alto poder energético, sendo até 10 vezes mais produtiva por hectare plantado em comparação à soja.
Os biocombustíveis produzidos serão drop-in, ou seja, os veículos não precisarão de nenhum ajuste na engenharia dos motores para recebê-los. Além disso, podem reduzir em até 80% as emissões de CO2 em comparação aos combustíveis tradicionais.