O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou nesta terça-feira (13/5) um memorando de entendimento com a Administração Nacional de Energia da China (NEA) para abrir o mercado chinês ao etanol brasileiro.
O acordo visa ampliar as exportações para China, atualmente em fase de adoção do E10 (mistura de 10%), e reforçar a cooperação na descarbonização do setor de transportes.
“O memorando reconhece a importância sustentável do bioetanol como um dos vetores estratégicos da mobilidade de baixo carbono, contribuindo para a transição energética e o combate às mudanças climáticas”, diz a pasta.
O documento reconhece o etanol como vetor estratégico de mobilidade de baixo carbono e prevê:
- Intercâmbio de experiências sobre vantagens econômicas, ambientais, sanitárias e geração de renda do biocombustível;
- Criação de Grupo de Trabalho Bilateral para estudar o mercado e os usos de etanol de primeira e segunda gerações de forma complementar à gasolina em veículos convencionais, híbridos e em motores dedicados;
- A produção de SAF (combustível de aviação sustentável); sua aplicação como substituto do combustível marítimo (bunker) e como insumo para a produção de bioplásticos;
- Apoio à harmonização regulatória, estímulo a investimentos bilaterais e capacitação técnica.
“O Brasil é referência mundial na produção de etanol e de biocombustíveis, e queremos cooperar com a China no avanço da descarbonização do setor de mobilidade (…) Além disso, aumentando as exportações, estamos gerando emprego e renda para o nosso país em toda a cadeia sucroenergética, muito importante para o desenvolvimento econômico e social”, afirmou Silveira.
Em paralelo, outro protocolo assinado entre MME e NEA prevê o desenvolvimento tecnológico e aporte de investimentos em sistemas de transmissão de energia elétrica, energia nuclear, geração renovável, sistemas isolados e informações energéticas com foco na transição energética.
Energia nas missões oficiais à China e Rússia
A cooperação faz parte da agenda de transição energética acordada entre os dois países.
Em missões oficiais à Rússia e à China, o governo federal assinou, até o momento, uma série de acordos comerciais em setores estratégicos, com ênfase em energia, mobilidade, tecnologia e agronegócio.
O governo estima que os projetos tratados têm potencial para mobilizar R$ 27 bilhões em investimentos de empresas do Brasil e da China. Veja a lista.
Nesta terça (13/5), Lula participa da cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac) com a China. Novos acordos, dessa vez, entre os países, serão assinados.
Na segunda (12/5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva encerrou o Fórum Empresarial Brasil-China, em Pequim, e se reuniu com executivos de grupos econômicos sediados no país.