China quer liderar o mundo na direção do desenvolvimento verde, diz Xi Jinping em mensagem a Davos

Líder chinês pede reforma da OMC e do sistema financeiro para reduzir desigualdades

China quer liderar o mundo na direção do desenvolvimento e economia verdes, diz Xi Jinping, presidente da China, em mensagem a Davos (Foto: Fórum Econômico Mundial)
Xi Jinping, presidente da China (Foto: Fórum Econômico Mundial)

Em seu discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial, o presidente da China, Xi Jinping, destacou a necessidade de os países aumentarem seus esforços para combater as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável entre os desafios que precisam ser enfrentados para moldar o mundo do século XXI.

O presidente da China defendeu que os países precisam consolidar as promessas do Acordo de Paris, promover o desenvolvimento verde e seguir dando prioridade à implementação da agenda 21. Mas precisam também atuar conjuntamente, se certificando de que todos, inclusive os países em desenvolvimento,  se beneficiem do novo modelo de desenvolvimento sustentável.

O país pretende “fazer mais no front ecológico”, acelerando a transformação da sua infraestrutura industrial e do mix de sua matriz energética, promovendo o aumento da geração a partir de fontes renováveis, “e promovendo a um estilo de vida e de produção verde e de baixo carbono. Grande parte da energia da China ainda é gerada por carvão.

“A China seguirá promovendo o desenvolvimento  sustentável e seguirá na direção de implementar integralmente a agenda 21 para o desenvolvimento sustentável”, afirmou.

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Jinping discursou em defesa do fortalecimento do multilateralismo e de instituições de governança global, com destaque para a ONU. E afirmou, em gravação enviada ao evento, que a China vai se empenhar para liderar o mundo nessa direção, inclusive no combate às mudanças climáticas.

“O planeta é nossa única casa. É preciso aumentar os esforços para combater as mudanças climáticas e promover o desenvolvimento sustentável é algo do que depende o futuro da humanidade”, disse Jinping.

O discurso reforçou o antagonismo da potência asiática em relação aos países desenvolvidos do Ocidente. Xi Jinping fez questão de frisar que a China vai se empenhar em estreitar as relações no eixo Sul-Sul para reduzir desigualdades, o que exclui as potências europeias e os Estados Unidos.

Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, e Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial (Foto: Fórum Econômico Mundial)
Xi Jinping, Presidente da República Popular da China, e Klaus Schwab, fundador e presidente executivo do Fórum Econômico Mundial (Foto: Fórum Econômico Mundial)

Na semana seguinte ao fim do mandato do ex-presidente norte-americano, Donald Trump, que governou com uma postura de enfrentamento ao crescimento da influência chinesa, Jinping criticou aqueles que apostam no confronto de “guerras quentes e frias, de disputas comerciais e de taxas”. Ele pediu que as nações defendam o sistema multilateral, com governança internacional.

O presidente da China disse ainda ver a pandemia provocada pelo novo coronavírus como um ponto de inflexão para a humanidade, um desastre que classificou como “a maior recessão global desde a Segunda Guerra Mundial”.

“Pela primeira vez na história, as economias de todas as regiões foram atingidas ao mesmo tempo”, disse. ” O mundo não voltará a ser como antes e é o momento de planejarmos o mundo do futuro”.

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Pediu a reforma da OMC e do sistema financeiro e monetário internacional, que deveriam atuar para impulsionar o crescimento da economia global e proteger os interesses e oportunidades dos países em desenvolvimento.

E afirmou que a China está disposta a atuar em diversas frentes para garantir o aumento de trocas comerciais e de tecnologia entre os países, atuando ainda para reduzir a distância entre países desenvolvidos e em desenvolvimento. Entre os objetivos está a derrubada de barreiras ao comércio, investimentos e compartilhamento tecnológico.

“Temos apenas um planeta e um futuro compartilhado para todos, temos que permanecer unidos e trabalhar juntos”, disse. “Promover o isolamento arrogante vai sempre falhar. Vamos nos dar as mãos e deixar o multilateralismo iluminar nosso caminho”, concluiu.